Nesta edição, retomamos o tema da Saúde, que temos vindo a destacar. O coração assume o seu lugar de centro de vida e de emoções, centro também das nossas preocupações e, paradoxalmente, alvo de tantos descuidos. Um dos enigmas do ser humano é a sua extraordinária e galopante capacidade de fazer mal a si mesmo. Contrariamente ao instinto mais primário de defesa, conseguimos “inventar” uma plêiade de esquemas e situações que são verdadeiros atentados à vida pessoal e social. Consciente ou inconscientemente vamos minando todo o nosso ser e o nosso organismo com atitudes e hábitos que prejudicam a saúde física e psíquica. Não se trata, certamente, de uma vontade suicida, mas muitos dos gestos que tomamos mais não são do que suicídios lentos. O sedentarismo da vida, os maus hábitos alimentares, o tabagismo, o stress, entre outros, são a prova de que olhamos com pouco carinho e pouca ternura, a vida que Deus nos deu. É mais um desafio que deixamos...

[Edição Nº 4683, 29 de Novembro de 2007]

O Governo Civil de Leiria irá organizar, no próximo dia 3 de Dezembro, às 15h30, no teatro José Lúcio da Silva, um espectáculo de encerramento do Ano Europeu para a Igualdade de Oportunidades para Todos (AEIOT).

“O ano de 2007 assinalou a abertura de um caminho para uma estratégia mais concreta na luta contra a discriminação nos países da União Europeia”, afirma Adelino Mendes, adjunto do Governador Civil, concretizando esta afirmação com a convicção de que o AEIOT sensibilizou a população para os benefícios de uma sociedade justa e coesa; alertou para a importância de eliminar estereótipos e preconceitos e de promover boas relações entre todos os membros da sociedade; salientou o contributo positivo que as pessoas, independentemente do sexo, origem racial ou étnica, religião ou crença, deficiência, idade ou orientação sexual, podem dar à sociedade como um todo; e incentivou a reflexão e a discussão sobre a necessidade de promover a participação acrescida destes grupos na sociedade”.

No distrito de Leiria, ao longo dos últimos meses, por iniciativa do Governo Civil, das Assembleias e Câmaras Municipais e de outras instituições, foram realizadas diversas acções no âmbito desta temática. O espectáculo de dança, teatro e música, organizado pelo Governo Civil, pretende marcar o encerramento desta jornada e, por outro lado, assinalar o Dia Internacional das Pessoas Portadoras de Deficiência.

No programa participarão a Academia de Dança ANARELLA, o Orfeão de Leiria, o Te-Ato, João Portugal, o grupo SA Marionetas e Fernando Tordo. Haverá, ainda espaço para a intervenção do Governador Civil e a entrega de prémios a empresas e instituições.

Nas últimas semanas, têm subido de tom os protestos das populações do lugar do Celeiro, na Batalha, onde está instalada uma estação de distribuição da Rede Eléctrica Nacional. Desde sempre se tem vindo a constatar o desagrado dos “vizinhos” desta instalação, mas com a sua recente ampliação, os problemas de ruído e potenciais riscos dos campos electromagnéticos fizeram com as reclamações sejam mais intensas, inclusivamente com uma cobertura mediática que chegou já às televisões.

[Texto integral na edição Nº 4683, 29 de Novembro de 2007]

O núcleo de Leiria da Rede Europeia Anti Pobreza (REAPN) vai realizar, no próximo dia 5 de Dezembro, entre as 14h00 e as 17h00, uma sessão de trabalho sobre “Pobreza, exclusão, desemprego e empresas de inserção em Portugal: a perspectiva dos promotores e dos beneficiários”. Será no auditório do Centro Associativo Municipal de Leiria e terá como destinatários preferenciais as instituições promotoras da medida Empresas de Inserção do Distrito de Leiria e seus colaboradores, bem como todas as organizações de solidariedade social interessadas em aprofundar o conhecimento sobre esta medida.

[Texto integral na edição Nº 4683, 29 de Novembro de 2007]

A proposta do Governo para a reestruturação do sector turístico, que implica a redução das actuais 19 regiões de turismo para apenas cinco, correspondentes às actuais NUTS II, está a provocar uma onde de protestos por todo o País, incluindo a nossa Comissão Regional da Região de Turismo Leiria/Fátima (RTL/F). De uma reunião efectuada no passado dia 8, para abordar expressamente esta questão, saiu uma moção, aprovada por unanimidade e já apresentada à Secretaria de Estado do Turismo, com duras críticas àquela proposta.

[Texto integral na edição Nº 4683, 29 de Novembro de 2007]

Decorreu nos passados dias 20 a 22 de Novembro, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão e na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Leiria, a oitava edição das “Jornadas da Juventude de Leiria”, organizadas pela Câmara Municipal. O objectivo principal foi “oferecer à sociedade civil em geral e à juventude em particular momentos de troca de ideias e reflexão, fruto da interacção entre os vários estratos sociais, etários e profissionais, fomentando ainda laços de cooperação entre a autarquia e o tecido juvenil”.

[Texto integral na edição Nº 4683, 29 de Novembro de 2007]

“Dez Milhões de Estrelas – Um gesto pela paz” é o nome da campanha que a Cáritas Portuguesa tem vindo a promover desde há 5 anos em todas as dioceses, estendendo a iniciativa nascida em França há cerca de 30 anos. Tem como objectivo a sensibilização e a educação para a Paz, cuja construção radica na solidariedade e na justiça, valores subjacentes ao Natal de Jesus Cristo, e valores universais partilhados hoje por todos os homens de boa vontade, mas esquecidos e desprezados em tantos lugares da terra.

[Texto integral na edição Nº 4683, 29 de Novembro de 2007]

A primeira piloto portuguesa no Rali Dakar, Elisabete Jacinto, está de regresso à cidade do Lis, dia 29 de Novembro (AC MAN, 14h00-17h00), para finalizar mais uma Volta a Portugal. Promover a mítica prova, que sai para a estrada no início do próximo ano, é o objectivo da piloto, que não esquece o apoio dos portugueses.

Enfrentar uma das mais duras provas do desporto automóvel, foi o ponto de partida para, em 1998, Elisabete Jacinto se estrear no Dakar. Desde então “progredir ao longos dos anos e conseguir terminar é a ‘minha pica’”, confidenciou a O Mensageiro.

Começou nas motas, passou pelos automóveis e finalmente chegou aos camiões. Prova de que não nega os desafios, foi o facto de ter participado no Dakar de 2003 somente com três meses de carta de veículos pesados. “Fazer melhor que o ano passado (21º lugar da geral) e se possível ficar nos cinco primeiros da minha classe (veículos com menos de 2000 c.c.)”, são as expectativas de Elisabete Jacinto para a edição de 2008 (5 a 20 de Janeiro).

Tem o sonho de chegar ao pódio, mas sabe que não passa disso mesmo. No entanto, o discurso é sempre de “melhorar e ir o mais longe possível”. Quando isso não acontecer, a piloto assume colocar um ponto final na carreira. “Não quero andar lá (competição) para passear”, referiu.

Aos 43 anos – começou aos 24 – tem um currículo notável. Para além de nove participações no Dakar (1998, 1999, 2000, 2001, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007), colecciona ainda, entre outros, as vitórias no Rali Guy Hoquet Maroc 2007 – Prova da Taça do Mundo de todo-o-terreno, Troféu de Senhoras da Taça do Mundo (1999, 2000 e 2001) e o Troféu de Senhoras no Rali Dakar Cairo (2000). Um percurso que já lhe valeu a condecoração com a Ordem do Mérito, por parte do Presidente da República.

[Texto integral na edição Nº 4683, 29 de Novembro de 2007]

Um dos enigmas do ser humano é a sua extraordinária e galopante capacidade de fazer mal a si mesmo. Contrariamente ao instinto mais primário de defesa, o ser humano conseguiu “inventar” uma plêiade de esquemas e situações que são verdadeiros atentados à vida pessoal e social. Consciente ou inconscientemente vamos minando todo o nosso ser e o nosso organismo com atitudes e hábitos que prejudicam a saúde física e psíquica. Não se trata certamente de uma vontade suicida, mas muitos dos gestos que tomamos mais não são que suicídios lentos. O sedentarismo da vida, os maus hábitos alimentares, o tabagismo, o stress, entre outros, são a prova de que olhamos com pouco carinho e pouca ternura, a vida que Deus nos deu.

Estamos demasiado convictos de que a evolução, ou o que chamamos evolução, só traz coisas boas à vida; raramente temos a perspicácia para descobrir os aspectos negativos que obviamente lhe estão subjacentes. Afinal, evolução não significa sem mais nem menos melhor vida e mais vida. Por vezes, é até o contrário que se torna evidente. No entanto, a evolução deveria trazer consigo mais e melhor qualidade de vida.

Talvez nos falte aqui a capacidade de usar um método crítico de análise e intervenção. Um método que foi usado durante muito tempo no âmbito da Acção Católica e que assentava em três pilares fundamentais: ver, julgar e agir. Ver a realidade que temos, para a puder confrontar com os ditames da Palavra de Deus no intuito de termos uma acção mais capaz e alcançar melhores resultados. E essa Palavra é sempre portadora de uma verdade única e irrefutável, porque é de Deus e não dos homens. E sendo de Deus, essa Palavra não está condicionada por interesses económicos, culturais ou mesmo religiosos. Apenas o interesse do bem e da verdade lhe está subjacente.

Por essa razão, também a saúde, como a política e qualquer outra realidade humana, pode e deve ser confrontada com a Palavra de Deus. Encontraremos aqui um caminho único e singular para seguir em frente, sem medo, nem engano. E a evolução será cada vez mais no sentido de alcançar mais e melhor para o Homem.

Nesta edição quisemos aflorar alguns aspectos relacionados com as doenças que atingem o coração. Ficamos impressionados ao constatar que, sendo o órgão vital, é também aquele que mais sofre com os “erros” do progresso. O coração humano é a primeira vítima do progresso e dos novos hábitos que ele traz consigo. Não temos dúvidas que uma leitura cristã da vida e do seu valor nos proporcionará uma forma diferente de ver e actuar, sendo o coração o primeiro a ganhar com isso.

Atrevemo-nos por isso a propor uma receita ímpar, para tratar do coração: deixar-se embrenhar na leitura da Palavra de Deus e nela descobrir cada vez mais a ternura de Deus.

[Edição Nº 4683, 29 de Novembro de 2007]

Nos dias que correm, a fé precisa, cada vez mais, de ser aprofundada e reflectida. Recentemente, o Papa Bento XVI pediu aos bispos portugueses que trabalhassem no sentido de ir além da religiosidade popular e de a Igreja em Portugal ser reflexo da novidade trazida pelo Concílio Vaticano II. Uma dessas novidades prende-se com a racionalidade da fé. O crente do século XXI deve conhecer bem as razões para a sua esperança e para a sua fé. É o que pretende o curso de formação para noviciados. A funcionar desde o ano passado em Fátima, serve, essencialmente, para aprofundar conhecimentos da vida cristã junto dos homens e mulheres que se entregaram à vida religiosa.

[Edição Nº 4682, 22 de Novembro de 2007]

No âmbito do Ano Europeu para a Igualdade de Oportunidades para Todos, está patente no posto de Turismo de Leiria a exposição “Todos diferentes todos iguais”, de 24 de Novembro a 7 de Dezembro. Trata-se de uma mostra de “boas práticas” das instituições do concelho de Leiria que trabalham regularmente nesta missão de promover a igualdade de oportunidades, seja no âmbito da deficiência, do género, das migrações, etc. São elas: Associação de Deficientes das Forças Armadas, Associação de Apoio ao Cidadão Migrante, Associação de Defesa e Apoio à Vida, Associação de Surdos da Alta Estremadura, Mulher Século XXI – Associação de Desenvolvimento e Apoio às Mulheres, Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson, Associação Portuguesa de Deficientes, Organização de Apoio e Solidariedade para a Integração Social (Oásis), Cooperativa de Ensino e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Leiria (CERCILEI), Os Malmequeres, Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral, Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal, Associação Nacional de Espondilite Anquilosante, Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla, Associação Portuguesa de Insuficientes Renais e a Associação Nacional dos Coxos.

Esta exposição pode ser visitada todos os dias, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00, e visa, ao mesmo tempo, fomentar o debate sobre a diversidade e os direitos humanos, contribuindo para a desmistificação de preconceitos e defendendo o respeito pela diferença.

O Centro Cultural de Belém recebeu, no passado dia 14 de Novembro, a “III Conferência Risco País”, iniciativa da COFACE, grupo internacional cuja actividade se centra na disponibilização às empresas de “soluções para gerir, financiar, proteger e assegurar os seus negócios”, visando facilitar os processos de transacção comercial a nível mundial. O encontro contou com a presença de cerca de três centenas de empresários, essencialmente quadros de topo, entre eles alguns leirienses, que analisaram “o panorama mundial do risco de Portugal”, contando com a ajuda de um leque de conceituados oradores, partindo da situação real do País, do seu contexto face à península ibérica e ao mundo, e da questão da sobrevivência dos sectores tradicionais.

[Texto integral na edição Nº 4682, 22 de Novembro de 2007]

A vigararia de Ourém realizou, no passado dia 16 de Novembro, a primeira das vigílias vocacionais programadas para o presente ano pastoral. Os jovens responderam em massa e com muito entusiasmo ao apelo do Bispo diocesano. Espera-se a mesma resposta dos fiéis da vigararia de Leiria, no próximo dia 30, na Catedral.

[Texto integral na edição Nº 4682, 22 de Novembro de 2007]

David quase venceu Golias. Os protagonistas, Rio Maior (II Divisão – Série C) e Fátima (Liga de Honra), encontraram-se no Estádio Municipal de Fátima, para a quinta eliminatória da Taça de Portugal (ver peça ao lado). Frente-a-frente o actual e o antigo treinador da equipa sensação do futebol português, Rui Vitória e Paulo Torres, respectivamente. Ganhou o primeiro, perdeu o segundo. Na “hora do adeus”, fomos ouvir o que ia na alma do ex-internacional português.

Um misto de sentimentos invadiu Paulo Torres no regresso a Fátima. Por um lado, “fiquei satisfeito pela forma como fui recebido”, referiu, por outro, ser afastado nos descontos – o Fátima esteve a perder (0-1) até aos 90 minutos e depois “virou” o jogo (2-1) – deixa um “sabor amargo”. Ainda assim, o técnico da equipa ribatejana ficou orgulhoso dos seus atletas, já que “jogámos taco-a-taco com uma equipa que, apesar de estar a jogar com outra de um escalão inferior, apresentou o seu 11 habitual”, sublinhou.

Orgulho
“No futuro, o Fátima vai ser um clube muito importante no futebol português... e já está no bom caminho”. Este foi um dos rasgados elogios que ouvimos da boca de Paulo Torres. Treinador há apenas cinco anos, o ex-atleta, conhecido pelo seu “temível” pé esquerdo, não esquece as duas épocas – 2004/05 e 2005/06 – que esteve ao comando da formação do município de Ourém.

Quanto ao percurso da equipa do seu colega de profissão, em 2007/08, Paulo Torres rejeita qualquer protagonismo na base desse sucesso, apesar de não deixar de dizer que o Fátima “está a fazer uma excelente temporada”. Antes, prefere destacar o papel que teve nos escalões de formação. “Ia todos os dias mais cedo para Fátima, onde passei pelas escolas para divulgar o clube”, destacou.

Mudanças
Passar rapidamente do emprego ao desemprego, e vice-versa, é uma constante na vida de qualquer treinador. Relativamente à sua saída do clube fatimense, Paulo Torres quis esclarecer que saiu porque quis. Neste particular, elogiou ainda o papel do vice-presidente do clube. “Não posso deixar de falar em Luís Albuquerque, uma pessoa que vive o clube e que está no futebol como se deve estar”, destacou.

Por fim, questão inevitável: “encara a possibilidade de regressar um dia?”. O técnico não se coibiu de responder e adiantou mesmo que “Fátima terá sempre um cantinho no meu coração e por isso até vou comprar lá casa”.

A fé vive-se, diz-se e, naturalmente, estuda-se. A maior parte das vezes pensamos que, no âmbito da fé, não há muito para estudar ou conhecer. Afinal de contas a verdade é eterna, como Deus é eterno. O que parece significar que não há lugar a evolução, aprofundamento ou estudo sobre Deus e sobre a fé. Transmitida de pais para filhos, ela seria uma espécie de “segredo escondido” que não muda de lugar. E por isso não seria necessário recorrer aos livros e aos estudos para falar sobre a fé.

Este o erro da geração que, por ser pragmática, desvaloriza o estudo, a reflexão e o pensamento. E contudo vivemos numa época em que o pensamento domina os indivíduos e as sociedades, mesmo que elas não se apercebam disso. Mais do que nunca, é válido o mote que meu professor me ensinou “ se não vives como pensas, acabas por pensar como vives”. Ou seja, as nossas atitudes e formas de agir são o resultado de pensamentos ou ideias, que se não foram pensadas por nós foram-no por outros. O que acaba por tornar mais grave a formulação.

Vem isto a propósito dos desafios que Bento XVI acaba de lançar aos bispos de Portugal. Intelectual como é, não podia deixar de lançar um olhar para a forma como a Igreja Portuguesa vive a fé. E deparou-se, provavelmente, com uma estrutura demasiadamente popular, demasiado rústica e primitiva. Ou seja, os desafios do Vaticano II não terão ainda sido assimilados por esta Igreja que teima e vive demasiadamente ao sabor do tempo passado. Afinal sempre fomos muito avessos à novidade e criatividade; gostamos de nos agarrar ao passado e às formas de vida que deram resultado em outros tempos e em outros lugares. A evolução mete-nos medo e o receio do encontro com o Adamastor povoa as nossas mentes. Arriscamos pouco e sempre que arriscamos tememos o que os outros dizem. E temos razão para o fazer, porque na maioria das vezes os outros estão lá tão só para reprovar e repreender as nossas aventuras. Raramente apoiam ou incentivam.

A fé não vive alheada de toda esta forma cultural de ser. Por isso, também na fé pouco temos evoluído em relação ao que viveram e fizeram os nossos antepassados. E continua a ser mais fácil manter a tradição do que rasgar caminhos novos. Por isso Bento XVI apontou o dedo. E fê-lo precisamente naquilo que é fundamental: a estrutura organizativa da Igreja Portuguesa. Não se trata apenas de uma acção ou outra, de um caso ou outro… é toda a estrutura que precisa ser repensada.

Um dos pontos essenciais prende-se com a formação da fé; a racionalidade da fé. A grande maioria dos nossos cristãos não possui qualquer outra formação religiosa que não seja a aprendida na infância, na catequese. E para além de pouco, isto parece ser muito perigoso. É tempo de racionalizar a fé… Acreditar, mas saber porque se acredita; amar mas ter razões para amar.

Nesta edição fomos procurar formas de pensar a fé.

[Edição Nº 4682, 22 de Novembro de 2007]

Estamos a viver a Semana dos Seminários, subordinada ao tema “No Seminário cresce o futuro”. É uma afirmação feliz, porque recolhe o sentido profundo da instituição em que a Igreja prepara os que, pelo ministério ordenado, hão-de servir os seus irmãos na fé. Nessa função, o Seminário acompanhou a evolução dos tempos, promoveu a formação de muitos, dialogou com as culturas locais e passou pelas mesmas dificuldades das Igrejas particulares. Como comunidade, hoje como ontem, o Seminário é constituído por aqueles que o Senhor chama para estarem com Ele e d’Ele aprenderem o estilo de vida do «Bom Pastor»! Desta experiência feliz brota o dinamismo evangelizador de todo o discípulo do Senhor.

Partindo desta reflexão, fomos conhecer o trabalho que se desenvolve actualmente no Seminário Diocesano e os projectos que estão a desenhar-se para o futuro. Esperamos, sobretudo, que esta semana seja uma forte interrogação para nós e para a nossa fé. E também momento privilegiado para a oração pelas vocações sacerdotais.

[Edição Nº 4681, 15 de Novembro de 2007]

O Município de Alcobaça tem vindo a desenvolver um conjunto de iniciativas que visam estimular o investimento e os agentes económicos. Nessa linha, inscreve-se a adesão do Município ao programa FINICIA, a aplicação de uma taxa de derrama 20% abaixo do limite máximo e a abertura do Gabinete de Apoio ao Empreendedor.

Entendeu aquela autarquia que, como forma de incentivar o empreendedorismo e a captação de novos investimentos para o concelho de Alcobaça, existe ainda outra área onde o Município poderia actuar, nomeadamente o preço de venda dos lotes industriais no Casal da Areia.

Assim, na reunião de executivo do passado dia 5 de Novembro, foi proposta e aprovada uma redução temporária, por um período de dois anos, do preço dos lotes, nos seguintes termos: - 20% para os investidores, em geral; - 30% para empresários em nome individual, com idade inferior a 30 anos, ou sociedades detidas por empresários nesse mesmo escalão etário.

O Município da Batalha, em colaboração com o Museu da Comunidade Concelhia, leva a efeito no dia 24 de Novembro, na Sociedade Recreativa Relvense, em Casal do Relvas - Batalha, o II Fórum do Associativismo do Concelho, alusivo à temática “Associativismo – Factor de Desenvolvimento Local”.

Com o objectivo de dar continuidade ao encontro realizado no ano transacto, pretende-se que, no corrente ano, este Fórum proporcione uma importante troca de conhecimentos, através da partilha de experiências associativas, da divulgação de programas de apoio ao Associativismo e de outras subvenções disponíveis, facultando um espaço para o esclarecimento de questões e de resolução dos problemas que surgem entre as colectividades. Refira-se ainda que neste encontro, o Município da Batalha procederá à apresentação da nova área do Associativismo na página de Internet do Município, em www.cm-batalha.pt.

Para abordar estas temáticas, o II Fórum do Associativismo contará com a presença de um conjunto de oradores cujo percurso académico e profissional contribuirá, certamente, para um frutuoso debate de ideias no âmbito do associativismo cultural e desportivo.

O Estado desenvolve os mecanismos para os financiamentos públicos, minimizando assimetrias, correspondendo às necessidades reais das populações. Actualmente é mais especificamente, um dos quadros de referência sobre a Despesa Pública de Investimento da Administração Central que inclui gastos de apoio ao investimento de outros sectores institucionais através de subsídios e transferências designadamente no âmbito dos “sistemas de incentivos” e de protocolos de colaboração com entidades exteriores à Administração Central. O documento que explicita o PIDDAC constitui o mapa XI do Orçamento do Estado. O mapa XI explicita a despesa total, por fontes de financiamento e por ano, a nível do programa e projecto. As principais fontes de financiamento são o OE -(Orçamento do Estado) são a comparticipação comunitária, e os recursos próprios dos fundos e serviços autónomos, incluindo não só o auto-financiamento mas também o crédito contratado directamente pelas entidades.

[Texto integral na edição Nº 4681, 15 de Novembro de 2007]

É este o tema proposto para a 4ª edição das “Brigadas do Património”, concurso escolar promovido pelo Centro de Património da Estremadura e pelo Instituto Politécnico de Leiria.

A iniciativa, aberta a três escalões (1º, 2º e 3º Ciclo de Ensino Básico), visa promover a compreensão, o reconhecimento e a valorização da diversidade e do significado do património histórico e cultural da região. Visa, igualmente, proporcionar aos alunos e aos seus professores, nomeadamente nos tempos da Área de Projecto, da Formação Cívica ou de clubes escolares, a oportunidade de ligar o seu currículo escolar a um projecto consistente, bem como suscitar a aplicação das novas tecnologias na consolidação de importantes conceitos patrimoniais.

[Texto integral na edição Nº 4681, 15 de Novembro de 2007]

A Fonoteca Municipal de Vieira de Leiria reabriu ao público no passado dia 5 de Novembro. O espaço esteve encerrado durante algum tempo, por dificuldades operacionais por parte da Biblioteca de Instrução Popular, entidade com quem a autarquia tinha assinado um protocolo de colaboração.

A Fonoteca está agora sob gestão da Câmara Municipal que pretende seja retomada a enorme afluência de público que este espaço sempre assinalou. A Fonoteca Municipal está instalada no primeiro andar do Cine-Teatro Actor Álvaro, situado no Largo da República, em Vieira de Leiria, e sendo um equipamento municipal, o seu acesso é gratuito.

[Texto integral na edição Nº 4681, 15 de Novembro de 2007]

Vinte e cinco crianças do Colégio Conciliar de Maria Imaculada Conceição, da Cruz D’Areia, foram assistir na tarde de 13 de Novembro a uma representação teatral no Banco BES, balcão do Edifício 2000, em Leiria. Integrado no projecto “Banco da Escola”, a iniciativa do Banco Espírito Santo, em parceria com a Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM), é destinada a alunos do 3º e 4º ano do ensino básico e de âmbito nacional. Consiste fundamentalmente em sessões pedagógicas no âmbito da actividade financeira a realizar em Balcões-Escola do BES (balcões com especial vocação para a formação).

[Texto integral na edição Nº 4681, 15 de Novembro de 2007]

O ponto alto de uma visita «Ad Limina» é o encontro de todos os bispos com o Papa. Aí, o sucessor de Pedro faz um discurso onde aponta as virtualidades e os caminhos a percorrer pela Igreja. Quando recebeu os bispos portugueses (10 de Novembro), Bento XVI pediu-lhes para que mudassem “o estilo de organização da comunidade eclesial portuguesa e a mentalidade dos seus membros para se ter uma Igreja ao ritmo do Concílio Vaticano II”. Esta directiva para a Igreja Portuguesa é o caminho para os próximos tempos. D. Jorge Ortiga, Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), disse à Agência Ecclesia que o Papa “intuiu as nossas carências, ansiedades e insatisfações”. Bento XVI verificou também que existe uma “maré crescente de cristãos não praticantes”. No intuito de ajudar a resolver este decréscimo, o Papa alertou os pastores portugueses para que estudassem “a eficácia dos percursos de iniciação actuais”. Os resultados não são animadores porque “a catequese é dada num contexto difícil e os jovens são confrontados permanentemente com outros apelos”.

[Texto integral na edição Nº 4681, 15 de Novembro de 2007]

A nossa selecção está de regresso ao Estádio Municipal de Leiria, para o penúltimo jogo de qualificação para o Campeonato Europeu de Futebol (Euro) 2008. Como “não há duas sem três”, espera-se que a cidade do Lis seja sinónima de vitória para os comandados por Scolari. Frente à Arménia, e em caso de vitória, Portugal poderá passar para a liderança do grupo e começar a festejar a qualificação. Sábado, dia 17 de Novembro, 21h00, Leiria vai engalanar-se para receber a selecção de todos nós.

Duas vitórias em outros tantos jogos – Koweit (8-0), a 19 de Novembro de 2003, e Estónia (4-0), a 8 de Setembro de 2004 – são o saldo da selecção nacional no Estádio Municipal de Leiria. Uma tradição que pretende manter, bem como a de esgotar a capacidade do estádio.

A tarefa não se avizinha fácil, tendo em conta o empate (1-1) registado na Arménia, ainda assim, e a jogar em casa, Portugal tem tudo a seu favor para seguir em frente. Cristiano Ronaldo, Simão Sabrosa e Ricardo Quaresma, são alguns dos argumentos para “atacar” as redes adversárias.

Os ingressos para o jogo podem ser adquiridos na bilheteira do estádio, até ao dia 16, das 10h00 às 13h00 e das 16h00 às 20h00. O custo varia entre os 10 e os 20 euros.

A última paragem rumo ao Euro 2008 está marcada para o Estádio do Dragão, dia 21, 19h45, para a recepção à Finlândia, que ainda tem uma palavra a dizer.

Desde pequeno que fui habituado a entender e a falar do seminário como “a menina dos olhos do bispo” e “o horto da diocese”. As expressões mais ou menos poéticas mais não queriam dizer que o seminário é central na vida da Igreja Diocesana. A facilidade de transportes aliada a uma capacidade de mobilização impar, faz com que lugares como este tenham perdido a mística com que eram imaginados noutras épocas. Lembro bem como para mim era uma novidade vir até ao Seminário e participar num encontro vocacional. A novidade que se prendia com o lugar em si mesmo mas também com a viagem que isso significava. Umas horas que aqui passava eram vividas durante semanas e semanas. E havia no ar um certo misticismo que me fazia sentir longe, muito longe, de casa e me enchia de saudades.

Hoje é tudo tão fácil. O lugar o edifício, perdeu essa áurea mística e misteriosa e para muitos é até um quisto no meio da cidade que queria crescer mais e mais. Os alunos são olhados como normais ou mesmo até com algum desdém, porque não carregam mais o ar respeitador e “doutorado” de outros tempos. Afinal já todos somos doutores. E a simbologia perdeu-se por completo no meio da realidade que queremos sempre mais concreta e diacrónica.

Talvez já ninguém diga que “o Seminário é a menina dos olhos do bispo”, talvez já ninguém o entenda como verdadeiro “horto da diocese”. Mas se isso acontece é porque se está a perder a verdade da própria fé e tudo isso é revelador da vida cristã que levamos. Verdadeiramente, uma comunidade que viva animada pela fé, onde Deus é central, não pode senão ter no Seminário um ponto de referência excepcional. Não como edifício para a realização de acções ou reuniões pastorais, mas como lugar onde se desenvolvem e crescem de forma harmoniosa as vocações à vida sacerdotal. É que uma comunidade animada e entusiasmada, vê surgirem mais e mais vocações… e o Seminário torna-se então uma necessidade, amada e apreciada, porque fruto da vida que se vive. Se o Seminário está morto é porque a comunidade está morta. De igual modo se o Seminário está vivo é porque a comunidade está vida. Dizem que não há nenhum fidómetro (instrumento que possa medir a fé), mas o Seminário é uma óptima forma para medir a fé de uma comunidade.

Na semana dos seminários não podíamos deixar de abordar a questão. Interessou-nos o trabalho que se desenvolve actualmente no seminário Diocesano e os projectos que estão a desenhar-se para o futuro. Que esta semana seja uma forte interrogação para nós e para a nossa fé.

[Edição Nº 4681, 15 de Novembro de 2007]

Continuando a abordar a temática da Saúde a que nos propusemos, destacamos nesta edição Alzheimer, a doença que provoca sobretudo uma “dor interior”. Por detrás das memórias algo apagadas, existem seres humanos que vivem e resistem, quase sem saberem, a uma patologia que os distancia da realidade do mundo onde vivem. Ao seu lado, muita gente, entre família, amigos e profissionais, insiste em transmitir-lhes sinais da esperança.

[Edição Nº 4680, 8 de Novembro de 2007]

No próximo dia 11 de Novembro pelas 21h30, o Teatro José Lúcio da Silva recebe a CeDeCe – Companhia de Dança Contemporânea e o Ballet Nacional da Croácia “Riejka Ensemble “, num espectáculo a ter lugar no âmbito do International Exchange Festival.

Dois temas totalmente diferentes, o primeiro baseado na estupenda partitura de Ariel Ramirez, Missa Crioula, traduz a intemporalidade de uma missa, quando o Homem se confronta consigo próprio assumindo assim um acto religioso e íntimo. O segundo, baseado em musica inédita do compositor Jean Harc Zelwer, traz a cena uma paródia feliz, muito embora do círculo da vida em que expressões cómicas, e por vezes até grotescas, proporcionam um desafio positivo aos próprios bailarinos enquanto intérpretes e ao público uma sã gargalhada.

Dois coreógrafos e dois estilos também completamente diferentes. Em Missa Crioula a coreografia, que se desenvolve toda com base na técnica de Modern Dance Graham, é assinada pelo português António Rodrigues. Circus Primitif Balet é de autoria do croata Stasa Zurovac que, com total mestria, desenvolve a técnica de Dança Clássica.

De comum existe a vontade de duas companhias profissionais em lançarem um programa seguramente versátil e interpretado por dois elencos diferentes mas ambos profissionais.

O distrito de Leiria tem sido dos mais procurados a nível nacional para a concentração de imigrantes que procuram nesta extensa área do litoral, dotada de um panorama económico de expressivo significado, as oportunidades de vida que não lhes são conferidas nos seus países de origem. O aumento do desemprego levanta igualmente problemas de organização social das famílias, provocando em tantas situações o desespero, desregulando a estrutura e organização dos cidadãos. Estes dois aspectos, provocam sobretudo um mal-estar na sociedade, sendo em muitos casos, a origem da criminalidade, na sociedade portuguesa.

Apesar de em algumas localidades de Portugal se terem tornado mais violentas, a criminalidade no distrito de Leiria até tem diminuído, aspecto relevante para uma zona bastante procurada por forasteiros que aqui querem concentrar as suas vidas pessoais e profissionais. O jornal O Mensageiro teve acesso aos dados sobre a criminalidade no distrito, correspondendo às estatísticas oficiais, da responsabilidade do Gabinete Coordenador de Segurança (nacional).

[Texto integral na edição Nº 4680, 8 de Novembro de 2007]

No próximo dia 11 de Novembro comemora-se o Dia do Município de Pombal com um conjunto de actividades que celebram Pombal, o município, o concelho e os seus habitantes.

As cerimónias oficiais têm início pelas 10h00 com a Sessão Solene no Salão Nobre dos Paços do Município e a cerimónia de atribuição da Medalha de Honra do Município e Medalhas de Mérito Municipal a cidadãos e instituições que se destacaram em acções e serviços em prol do desenvolvimento de Pombal.

Pelas 11h00, no Arquivo Municipal de Pombal, realiza-se o lançamento da reedição da monografia “Pombal, oito séculos de História” com a presença do autor, Dr. Joaquim Eusébio.

Às 11h30, no Museu Municipal Marquês de Pombal, será inaugurada a exposição “A Ordem de Cristo e a Medalhística Pombalina”. Destinada ao público em geral, a exposição propõe uma viagem por um vasto conjunto de condecorações, com destaque para uma valiosa colecção de insígnias com a Ordem de Cristo atribuída ao Marquês de Pombal e um raro conjunto de medalhas comemorativas de factos, monumentos e personagens da época pombalina.

À tarde, pelas 15h30, no Teatro-Cine de Pombal, comemora-se o 8.º aniversário do Coro Municipal Marquês de Pombal, com um concerto do Coro Municipal à Capela, com acompanhamento ao Piano, com acompanhamento de Guitarristas e com a Filarmónica Artística Pombalense.

Pelas 17h00, será inaugurada a exposição de Escultura Cerâmica de Carlos Neto e Ana Lousada na Galeria de Exposições do Teatro-Cine de Pombal.

Ainda no âmbito do Dia do Município, pelas 10h30, será iniciado o projecto Pombal em Movimento - Ginástica para Todos (2007/2008) na Zona Desportiva de Pombal e que passará a decorrer todos os domingos de manhã.

No Jardim Municipal têm lugar, a partir das 14h00, os CicloJogos 2007 - Uma organização do Clube de Cicloturismo de Pombal, destinada a todas as crianças até aos 12 anos. As inscrições efectuam-se no Jardim Municipal entre as 13h00 e as 14h00.

Para quem gosta de BTT, realiza-se ainda na Machada, numa organização da ARDEC, o 11.º Passeio BTT da Machada. A concentração é às 08h30 na ARDEC - Machada, com partida prevista pelas 09h30.

Zero vitórias e apenas três pontos em nove jogos. A derrota da última jornada, em casa, foi mais um tropeço na Liga (foto em cima). O “alarme” soou e o técnico Paulo Duarte saiu. Entra Vítor Oliveira, com a espinhosa missão de tirar a U. Leiria do último lugar.

Semana de difícil digestão para os leirienses, que após terem sido afastados da Taça da Liga, pelo Penafiel, da Liga de Honra, perderam, para a Liga, com um adversário “do seu campeonato”. Em ambos os casos jogou em casa, sendo que no primeiro até venceu (1-0), no entanto, a derrota (1-3) em Penafiel, na primeira-mão, foi determinante para o afastamento. Curiosamente, foi o mesmo resultado com que terminou o encontro que decorreu no Estádio Municipal de Leiria, frente à equipa madeirense.

Se o saldo interno não tem sido o melhor, o mesmo já não se pode dizer das competições europeias. O apuramento para a Taça UEFA, via Taça Intertoto, são uma referência para U. Leiria, que só falhou a fase de grupos porque encontrou um “gigante” do futebol europeu, e alemão, Bayer Leverkusen.

[Texto integral na edição Nº 4680, 8 de Novembro de 2007]

Eu era ainda muito jovem e não imaginava que coisas daquele género acontecessem a pessoas tão jovens. Ele era mais velho que eu, mas era também muito jovem… teria na altura os seus 40 anos, a idade que eu tenho agora. Lembro-me da primeira vez que o vi. Eu já conhecia os seus filhos e os seus irmãos. A amizade e o convívio tinham feito com que me sentisse já da família. Mas ainda não o conhecia e ninguém me preparou para o que iria encontrar.

Lembro-me como se fosse hoje. Eu entrei para a sala. Desinteressadamente e normalmente fomos conversando. Foi então que ele apareceu à porta. Quando entrou caminhou de forma desajeitada, cambaleante, de passos apressados e quase batendo em tudo o que nos separava. Passei que estaria embriagado. Mas agi como se nada tivesse reparado. Apresentou-se e sentamo-nos. Durante todo o tempo em que assim estivemos frente a frente não houve nada, o menor indício, de alguma coisa anormal. Só quando se levantou para me acompanhar até à saída tudo voltou ao início: os mesmos passos desajeitados, a mesma correria descontrolada e o desequilíbrio geral.

Dias depois fui informado. Era Alzheimer e estava no início da sua manifestação. Disseram-me que depois seria a memória, o esquecimento e por fim o mergulho num mundo tão diferente do nosso de onde seria quase impossível faze-lo voltar. Rezei muito por ele e pelos seus que assim se viam privados do convívio sem nada puderem fazer.

Passaram-se já vários anos desde aquele primeiro encontro. Os nossos caminhos desviaram-se e não sei mais nada dele. Mas muitas vezes o recordo e revejo a sua imagem. O que mais impressionou foi a degradação tão marcada em alguém que parecia tão novo em idade.

Todos os dias nos deparamos com novos casos de Alzheimer; é, entre outras, a doença da moda, mas apesar do seu aumento e da sua presença no nosso quotidiano, ela continua a ser completamente desconhecida pela maioria de nós. Sobretudo são desconhecidas as formas como lidar com um paciente; parece que diante desta incapacidade apenas sabemos olhar e deixar-nos envolver por um forte sentimento de “pena” por quem assim sobre. Mas afinal pudemos fazer mais. É preciso conhecer para aprender a lidar com o problema. Na sequência das temáticas relativas à saúde O Mensageiro traz o assunto nesta edição, para que todos possamos aprender a lidar com ele.

[Edição Nº 4680, 8 de Novembro de 2007]

A cultura do divertimento invadiu todos os espaços, e as mais belas e sãs tradições foram minadas por dentro. Reproduzimos três retratos do que vai acontecendo; três experiências diferentes de viver o “Dia do Bolinho”.

[Edição Nº 4679, 1 de Novembro de 2007]

De 15 a 18 de Novembro, Alcobaça recebe a IX Mostra Internacional de Doces e Licores Conventuais. Durante quatro dias e pelo segundo ano consecutivo, o Mosteiro de Alcobaça acolhe mais de 30 participantes nacionais e internacionais, com destaque para os conventos portugueses, Mosteiros de Espanha, Abadias de França e a estreia de representantes de Malta e Palma de Maiorca.

Depois de uma visita a Alcobaça, no passado dia 5 de Setembro, os Monges da Ordem de Cister, oriundos do Mosteiro de Oseira (Ourense), garantiram a sua presença na Edição dos Doces Conventuais de 2007, onde trarão os magníficos Licores de “Eucaliptine” e “Ambrar de Oro”.

“Sitio onde melhor se comia na Europa”, segundo William Beckford, no livro “Alcobaça e Batalha“, os saborosos e requintados doces e licores conventuais, património cultural herdado dos Monges e Monjas cistercienses dos Conventos de Alcobaça e Cós, exibem-se nesta mostra. Aqui, podem saborear-se os tradicionais doces de tradição conventual como o toucinho-do-céu, barrigas de freira, ovos-moles, castanhas de ovos, pão de rala, papos de anjo e pão-de-ló de Alfeizerão, entre muitos outros. De destacar ainda os chocolates, marmeladas, licores, bombons ou biscoitos e bolachas dos conventos europeus presentes nesta edição e ainda o Licor de Ginja de Alcobaça e o Licor de Singeverga, único ainda fabricado num Mosteiro em Portugal.

Vai decorrer em Leiria, de 3 de Novembro a 2 de Dezembro, o programa “Marionetas em Novembro”, que trará a Leiria, ao palco dos teatros Miguel Franco e José Lúcio da Silva, vários espectáculos desta arte.

[Texto integral na edição Nº 4679, 1 de Novembro de 2007]

Antes de efectuarmos abordagem directa sobre o emprego e formação no distrito de Leiria, importa primeiro situarmo-nos um pouco sobre as realidades que o constituem, para podermos efectuar interpretações que nos conduzam a visionamentos mais esclarecedores.

A população em 2005 no distrito de Leiria cifrava-se em 475.662 habitantes. Entre 1991 e 2005, a variação de crescimento populacional no distrito de Leiria, aumentou consideravelmente em relação a Portugal. Ou seja, no distrito de Leiria cresceu 49.510 habitantes (+11,6%) e em Portugal aumentou 702.445 habitantes (+7,1%).

[Texto integral na edição Nº 4679, 1 de Novembro de 2007]

“Com esta carta anuncio oficialmente à Diocese a minha primeira Visita Pastoral que, com a graça de Deus, terá início em Janeiro de 2008 e se prolongará até 2012, de acordo com o calendário que será publicado”.

Em www.leiria-fatima.pt

Camuflados e devidamente armados os “soldados” defrontam-se. A causa é comum e a guerra a fingir. Chama-se paintball e é um desporto cada vez mais procurado. Aliviar do stress do dia-a-dia e desenvolver uma mente estratega, são alguns dos motivos que mobilizam os amantes da modalidade. Vem Morrer Connosco (VMC) é a equipa que representa a Paintugal – Associação de Portugal de Paintball no distrito de Leiria.

“Rejeitamos toda e qualquer atitude de violência, racismo ou fundamentalismo”, começou por adiantar Fernando Oliveira, líder da VMC. Para Woly – “nome de guerra” – este desporto tem, acima de tudo, uma “função formadora de espírito de equipa, entreajuda, boa disposição, desportivismo e respeito por colegas e adversários.”

A adrenalina é uma constante, por isso, não é de estranhar que quem experimenta, fique imediatamente rendido. “Quem não se lembra de brincar aos cowboys ou aos polícia e ladrões? O objectivo do jogo é exactamente o mesmo. A diferença é que já não somos crianças, mas o espírito continua cá”, referiu.

“VMC… várias vezes ao dia”
Este é o lema da equipa leiriense, composta por oito elementos, com idades compreendidas entre os 18 e os 35 anos. Fernando Oliveira é o mais velho do grupo, cujas residências estão centradas nos municípios de Leiria, Batalha e Marinha Grande, onde se desenrolam a maioria das batalhas.
Com apenas um ano de existência o VMC é já o representante da Paintugal no Distrito, onde tem desenvolvido ainda campanhas de promoção junto das escolas. Com cerca de 4000 associados, a instituição nacional aguarda a constituição e oficialização como Federação Portuguesa de Paintball.

Equipamento
Para entrar no mundo do paintball os praticantes não têm a obrigatoriedade de ter equipamento próprio, já que o podem alugar. Ainda assim, e caso pretendam fazê-lo, o mesmo, que inclui essencialmente protecções, ronda os 160 euros

Campo(s) de tiro
A Mata dos Marrazes foi, no dia 27 de Outubro, cenário de uma das quatro provas promovidas pela Paintugal e que contou com cerca de 70 participantes. “Este é, tal como todo o Distrito, uma zona privilegiada para a prática da modalidade. A região de Leiria é, aliás, das mais elogiadas pelos praticantes”, adiantou Woly.

Entre as muitas contradições que marcam o andar da vida moderna está uma que nestes dias se revive de forma intensa. O mês de Novembro abre com este deambular pelas ruas da pequenada que de porta em porta pede “o bolinho”, numa tentativa teimosa de manter viva a tradição. Impressiona a forma como os pais se empenham nesta prática: o programa familiar está-lhe submetido, as crianças são encaminhadas desde a tenra idade e mesmo as roupas a usar são cuidadosamente preparadas. O ritual de preparação é vivido de forma tão intensa pelos pais que muitas vezes ultrapassam o interesse e empenho dos próprios filhos.

E depois vem o dia marcado. As ruas enchem-se de crianças que de forma alegre e mais ou menos envergonhada arriscam bater ás portas. Nestas já atempadamente foi preparado o bolinho, as moedas que se trocaram na loja mais próxima, e tudo se conjuga para uma breve troca de presentes e palavras amigáveis. O gesto é rápido, familiar e cheio de recordações para a posteridade.

As tradições continuam desta forma vivas, e são até enriquecidas com apetrechos modernos. Mas a tradição, essa parece estar a ser esquecida. A tradição como mentalidade, como ambiente de vida essa parece perder-se no meio dos apetrechos que fazem as tradições. Muitas das crianças que batem de porta em porta, começam por não saberem porque o fazem; outras nem sequer conhecem as pessoas que as acolhem do outro lado; quase todas preferem que o tal”bolinho” seja substituída por duas ou três moedas, e no fim de tudo ninguém mais se recorda dos sentimentos que no passado davam razão de ser ao gesto: a solidariedade, a partilha, o convívio. Hoje ninguém pede e ninguém dá o bolinho para exprimir essas virtudes, e no entanto elas estiveram na origem de um gesto que depois ficou. Ficou o gesto, que se repete e revive anualmente, mas perderam-se os valores e a razão de ser dos mesmos gestos. Apetece perguntar se vale a pena manter viva as tradições, quando a tradição já morreu?

Na Igreja católica, por seu lado, fala-se de Tradição (com maiúscula) para sublinhar os valores e os sentimentos que impregnam as acções que se realizam. A Igreja quer manter viva a Tradição, mas está perfeitamente aberta à mudança das tradições. Aliás, a fé é exactamente a vivência de uma Tradição que ao longo dos anos vai adquirindo novas tradições. E embora seja assim, a verdade é que a modernidade acusa a Igreja de ser tradicionalista. Quem é aqui, afinal, o tradicionalista?

Loucuras e contradições a que o nosso tempo nos vai habituando, mas que cada vez mais são difíceis de entender. Neste número falamos de tradições, mas queremos reforçar a ideia do valor da Tradição.

[Edição Nº 4679, 1 de Novembro de 2007]