Fechados na Crise ou com uma chave na mão?
O fim do ano traz sempre consigo um momento de balanço e de previsão. De forma mais ou menos séria e verdadeira, são muitos os que se apressam a dar o seu palpite e a fazer os seus “apanhados”. Um hábito que é já tradição e que está implantado de forma arreigada entre nós. Por essa razão também nós nesta edição de final de ano quisemos apresentar algum balanço do que foi o ano 2008. As previsões deixamo-las nas mãos de Deus, o único a saber na verdade o que nos reserva o ano 2009.
Ainda sim apostamos, este ano, numa forma diferente de falar do ano 2008. Não quisemos sem mais fazer uma colectânea do que fomos publicando ou do que foi sendo notícia, mas apostamos em transcrever e divulgar algumas opiniões por serem consensuais e aceites pela maioria. Terminamos o ano 2008 sob o signo da crise. Uma crise que se estende a vários sectores da vida e que é bem mais profunda que qualquer um deles pode desenhar por si só. Uma crise que está a abalar a Europa e o resto do mundo…porque desemboca numa crise de valores e numa crise estrutural. Estão mesmo a desmoronar os alicerces sobre os quais construímos a sociedade moderna. E a partir daqui tudo vai ser posto em questão.
Em nosso ver a situação actual não é o resultado de um só factor. Ela é um ponto de chegada das muitas opções com que fomos construindo a história humana durante o século passado. E entre muitos factores não deixa de ser importante o ateísmo com que quisemos edificar a sociedade. Longe de Deus, preconizando a morte de Deus, acabamos por ficar sós, como que abandonados no meio do deserto. Ainda tentamos percorrer caminho apenas na companhia do nosso eu. Mas depressa nos perdemos. A crise actual é afinal a constatação da nossa fragilidade e dos nossos limites. Nunca chegaremos longe se nos abandonarmos à nossa própria sorte ou aos critérios absolutistas da nossa razão. Como crianças que se julgam detentoras da verdade e da razão, afastamo-nos de quem poderia guiar-nos e amparar-nos. E agora tememos o escuro da noite.
A fé enquanto alienação pode ser repudiada. Mas a fé enquanto abandono amoroso nas mãos de quem pode e sabe conduzir a história, é salvação. A sociedade moderna quis afastar Deus do quotidiano, falou mesmo da Sua inutilidade. E com estes pressupostos esqueceu o que melhor tinha: o amor. E sem este nada faz sentido na vida; sem o amor a vida entra efectivamente em profunda crise. É o que nos está acontecer. Apetece agora chamar todos esses que foram protagonistas e reivindicaram a vida sem Deus, para que se apresentem e destapem o rosto. Onde está a felicidades que apregoastes? Onde está a vida segura e tranquila que dizíeis defender?
Mas não interessa ficar-se nas lamentações ou nas críticas. Afinal somos todos culpados, porque todos estivemos lá e calamo-nos quando era necessário desmascarar o erro. A Igreja atravessou toda esta avalanche de forma serena. Sempre de pé, sempre do lado da verdade. E como mãe solícita, vem agora oferecer o que de melhor tem para ajudar a superar a crise. Na fé, no amor, de que ela é protagonista e mensageira, está a saída para esta e para todas as crises. Disso falamos também nesta edição.
Com votos de um bom ano 2009, queremos deixar apenas a certeza de que a crise está aí , mas tem solução.
[Edição de 1 de Janeiro]
Ainda sim apostamos, este ano, numa forma diferente de falar do ano 2008. Não quisemos sem mais fazer uma colectânea do que fomos publicando ou do que foi sendo notícia, mas apostamos em transcrever e divulgar algumas opiniões por serem consensuais e aceites pela maioria. Terminamos o ano 2008 sob o signo da crise. Uma crise que se estende a vários sectores da vida e que é bem mais profunda que qualquer um deles pode desenhar por si só. Uma crise que está a abalar a Europa e o resto do mundo…porque desemboca numa crise de valores e numa crise estrutural. Estão mesmo a desmoronar os alicerces sobre os quais construímos a sociedade moderna. E a partir daqui tudo vai ser posto em questão.
Em nosso ver a situação actual não é o resultado de um só factor. Ela é um ponto de chegada das muitas opções com que fomos construindo a história humana durante o século passado. E entre muitos factores não deixa de ser importante o ateísmo com que quisemos edificar a sociedade. Longe de Deus, preconizando a morte de Deus, acabamos por ficar sós, como que abandonados no meio do deserto. Ainda tentamos percorrer caminho apenas na companhia do nosso eu. Mas depressa nos perdemos. A crise actual é afinal a constatação da nossa fragilidade e dos nossos limites. Nunca chegaremos longe se nos abandonarmos à nossa própria sorte ou aos critérios absolutistas da nossa razão. Como crianças que se julgam detentoras da verdade e da razão, afastamo-nos de quem poderia guiar-nos e amparar-nos. E agora tememos o escuro da noite.
A fé enquanto alienação pode ser repudiada. Mas a fé enquanto abandono amoroso nas mãos de quem pode e sabe conduzir a história, é salvação. A sociedade moderna quis afastar Deus do quotidiano, falou mesmo da Sua inutilidade. E com estes pressupostos esqueceu o que melhor tinha: o amor. E sem este nada faz sentido na vida; sem o amor a vida entra efectivamente em profunda crise. É o que nos está acontecer. Apetece agora chamar todos esses que foram protagonistas e reivindicaram a vida sem Deus, para que se apresentem e destapem o rosto. Onde está a felicidades que apregoastes? Onde está a vida segura e tranquila que dizíeis defender?
Mas não interessa ficar-se nas lamentações ou nas críticas. Afinal somos todos culpados, porque todos estivemos lá e calamo-nos quando era necessário desmascarar o erro. A Igreja atravessou toda esta avalanche de forma serena. Sempre de pé, sempre do lado da verdade. E como mãe solícita, vem agora oferecer o que de melhor tem para ajudar a superar a crise. Na fé, no amor, de que ela é protagonista e mensageira, está a saída para esta e para todas as crises. Disso falamos também nesta edição.
Com votos de um bom ano 2009, queremos deixar apenas a certeza de que a crise está aí , mas tem solução.
[Edição de 1 de Janeiro]