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Fátima no coração

David quase venceu Golias. Os protagonistas, Rio Maior (II Divisão – Série C) e Fátima (Liga de Honra), encontraram-se no Estádio Municipal de Fátima, para a quinta eliminatória da Taça de Portugal (ver peça ao lado). Frente-a-frente o actual e o antigo treinador da equipa sensação do futebol português, Rui Vitória e Paulo Torres, respectivamente. Ganhou o primeiro, perdeu o segundo. Na “hora do adeus”, fomos ouvir o que ia na alma do ex-internacional português.

Um misto de sentimentos invadiu Paulo Torres no regresso a Fátima. Por um lado, “fiquei satisfeito pela forma como fui recebido”, referiu, por outro, ser afastado nos descontos – o Fátima esteve a perder (0-1) até aos 90 minutos e depois “virou” o jogo (2-1) – deixa um “sabor amargo”. Ainda assim, o técnico da equipa ribatejana ficou orgulhoso dos seus atletas, já que “jogámos taco-a-taco com uma equipa que, apesar de estar a jogar com outra de um escalão inferior, apresentou o seu 11 habitual”, sublinhou.

Orgulho
“No futuro, o Fátima vai ser um clube muito importante no futebol português... e já está no bom caminho”. Este foi um dos rasgados elogios que ouvimos da boca de Paulo Torres. Treinador há apenas cinco anos, o ex-atleta, conhecido pelo seu “temível” pé esquerdo, não esquece as duas épocas – 2004/05 e 2005/06 – que esteve ao comando da formação do município de Ourém.

Quanto ao percurso da equipa do seu colega de profissão, em 2007/08, Paulo Torres rejeita qualquer protagonismo na base desse sucesso, apesar de não deixar de dizer que o Fátima “está a fazer uma excelente temporada”. Antes, prefere destacar o papel que teve nos escalões de formação. “Ia todos os dias mais cedo para Fátima, onde passei pelas escolas para divulgar o clube”, destacou.

Mudanças
Passar rapidamente do emprego ao desemprego, e vice-versa, é uma constante na vida de qualquer treinador. Relativamente à sua saída do clube fatimense, Paulo Torres quis esclarecer que saiu porque quis. Neste particular, elogiou ainda o papel do vice-presidente do clube. “Não posso deixar de falar em Luís Albuquerque, uma pessoa que vive o clube e que está no futebol como se deve estar”, destacou.

Por fim, questão inevitável: “encara a possibilidade de regressar um dia?”. O técnico não se coibiu de responder e adiantou mesmo que “Fátima terá sempre um cantinho no meu coração e por isso até vou comprar lá casa”.

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