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Apóstolo do bem na guerra e na paz

Em 1908 nascia na freguesia da Caranguejeira uma criança igual a tantas outras, que ao longo da sua vida viria a tornar-se diferente de todas.

Joaquim Carreira foi um extraordinário e zeloso sacerdote desta diocese, que exerceu grande parte do seu ministério em Roma. Seria mais um, como tantos outros, não fosse a sua capacidade de estar à frente do próprio tempo. Entre muitas outras marcas deste “padre-aviador”, ficou a de protector que salvou a vida a centenas de judeus e refugiados do nazismo...

[Edição de 25 de Setembro]

Edição 4726 – 25 de Setembro

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O MENSAGEIRO | 2008-09-26 | |

Biblioteca de Pombal comemora 10 anos

No dia 24 de Setembro, a Biblioteca Municipal de Pombal dinamizou um conjunto diversificado de actividades que assinalaram a passagem do seu 10.º Aniversário. Sob o tema “Recolectores de Palavras” foi promovida uma oficina de construção poética em meio urbano, coleccionando palavras perdidas na cidade. Foram percorridas ruas, praças, jardins, parando aqui e acolá, entrando em lojas, falando com as pessoas. Foram recolhidas palavras com textura, juntando-as, fazendo associações, criando sentidos, construindo um discurso poético.

Esta acção, com concepção e realização de Miguel Horta foi dirigida ao público escolar do 5.º e 6.º anos. Já para o público escolar do 3.º ciclo do ensino básico e secundário a biblioteca promoveu a acção “Camões é um poeta Rap” - Uma conjugação da lírica de Camões com os sons contemporâneos, nomeadamente ritmos rap e hip-hop.

Esta acção assentou num espectáculo do grupo Arte Pública - núcleo profissional da Associação de Artes Performativas de Beja - num conceito inovador que aproximou a lírica do grande poeta à nossa vivência contemporânea, através dos ritmos rap e hip-hop, conciliando o público com a mestria da língua portuguesa.

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O MENSAGEIRO | | |

Concurso de educação, segurança e prevenção

No âmbito da educação, segurança e prevenção rodoviárias, a Fundação da Juventude lançou um concurso nacional com o lema “Mais vale perder um minuto na vida, do que a vida num minuto! – Um desafio de todos para uma melhor prática rodoviária”.

Este concurso, inserido nos objectivos da Carta Europeia da Segurança Rodoviária, é dirigido a todos os estudantes portugueses a frequentar o Ensino Superior (Licenciatura, Mestrado ou Mestrado Integrado), com idades entre os 18 e os 30 anos.

Os trabalhos temáticos devem perspectivar novas abordagens e participar activamente na identificação de saídas possíveis, tendentes a diminuir o número de acidentes rodoviários. Será dada especial atenção a preferência às abordagens da redução da velocidade nas estradas.

Serão atribuídos três prémios com valores que oscilam entre os 1.500 € e os 2.500 €, bem como um Prémio Inovação no valor de 5.000 € para a proposta mais inovadora. O professor coordenador deste último prémio será também reconhecido através de um incentivo de 1.000 €.

Em 2001, ano em que morreram 54 000 pessoas nas estradas europeias, a UE estabeleceu a meta de diminuir para metade a taxa de mortalidade rodoviária até 2010. Apesar dos progressos realizados, o número de mortes nas estradas ainda atingiu as 43 000 em 2007, o que equivale a 5 desastres de avião na Europa por semana.

O prazo para a entrega dos trabalhos termina a 21 de Novembro e deve ser feito on-line através do sítio da Fundação da Juventude em www.fjuventude.pt/a-vida-num-minuto.

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Formação de animadores juvenis

Fazendo uma leitura atenta da situação da nossa Diocese no que diz respeito à pastoral juvenil, reconhece-se uma urgência no campo da formação de animadores de jovens. Para dar resposta a esta necessidade, e de acordo também com as prioridades deste ano pastoral a nível diocesano, o Serviço Diocesano da Pastoral Juvenil (SDPJ) decidiu fazer uma aposta séria na formação de animadores, aberta também aos catequistas dos últimos anos de catequese da adolescência (9º e 10º anos).

Esta formação destina-se a todas as pessoas que já trabalham no âmbito da pastoral juvenil ou que possam vir a fazê-lo, sobretudo na animação de grupos de jovens, tanto no espaço paroquial como no seio de movimentos eclesiais, aos catequistas ou futuros catequistas dos 9º e 10º anos da catequese e os participantes devem ter pelo menos 20 anos de idade.
Os objectivos desta equipa são capacitar os destinatários para o desempenho da missão de animador, ajudar a aproximar o projecto de Jesus Cristo da realidade actual da juventude, aprofundar na animação de jovens como educação na fé e para a fé, promover o gosto pelo trabalho de animação com os jovens, contribuir para a vivência da própria vocação como animador de jovens e apontar caminhos práticos no relacionamento com os jovens e no desenrolar da dinâmica de grupo.

Esta formação decorrerá em duas modalidades alternativas: a) De Outubro a Maio, quinzenalmente, inserida na Escola Razões da Esperança (às terças-feiras no Seminário de Leiria): na primeira hora (Das 21h00 às 21h45), os participantes assistem à formação teológica geral proposta; na segunda hora (22h00 às 22h45), tem lugar a formação “4x4” propriamente dita; b) Durante quatro sábados, em sessões de quatro horas (das 9h0 às 13h00), numa frequência quinzenal. Esta modalidade realiza-se três vezes ao longo do ano em lugares distintos da Diocese, para facilitar o mais possível a participação de todos os que estiverem interessados: Leiria (Salão da Quinta da Matinha): 18 de Outubro; 8 e 22 de Novembro; 13 de Dezembro. Bajouca: 17 e 31 de Janeiro; 14 e 28 de Fevereiro. Fátima (Salão da Igreja Paroquial): 18 de Abril; 9, 23 e 30de Maio.

Seguir-se-á como linha orientadora o “Curso de Iniciação para Animadores de Pastoral Juvenil”, completando-o e adaptando-o de acordo com os objectivos e destinatários.

O I Módulo – Pastoral juvenil e dinâmica de grupo – tem quatro temas: A Pastoral Juvenil, A animação, O Grupo na Pastoral Juvenil e Dinâmica de grupo. O II Módulo – O animador – tem como temas: A vocação, A espiritualidade do animador, A maturidade do animador e O animador – mestre e acompanhante. O III Módulo – A animação do jovem: processo educativo - apresenta os seguintes temas: A dimensão da identidade, A dimensão relacional, A dimensão social e A dimensão espiritual. O último e IV Módulo – Metodologias - visa os seguintes temas: Planificação e avaliação (ou: Avaliação e planificação, Dimensões da animação, Dinâmicas de grupo e Expressão e linguagem.

As inscrições deverão ser enviadas até, no mínimo, 15 dias antes do início de cada curso, para Serviço Diocesano de Pastoral Juvenil, Seminário Diocesano, 2414-011 Leiria ou Email: geral@sdpj.com. Com a ficha de inscrição enviar pagamento de 18,00 euros (inclui manual “Curso de Iniciação para Animadores da Pastoral Juvenil” Ed. Salesianas, 2007).

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O MENSAGEIRO | | |

Bruno Magalhães bicampeão nacional

Campeão nacional de ralis em 2007 e 2008. O feito é de Bruno Magalhães, que entrou para a galeria de bicampeões, onde constam nomes como Pedro Matos Chaves ou Joaquim Moutinho. O Rallye Centro de Portugal fica, mais uma vez, no percurso do título.

Bastava ficar à frente do seu mais directo adversário, José Pedro Fontes, para festejar o título, a três provas do final do campeonato nacional de ralis. Não foi preciso esperar pelo final do Rallye Centro de Portugal, devido à desistência de José Pedro Fontes. Infelicidade de um, felicidade de outro. “O título é fruto de um trabalho conjunto e não apenas meu: carro, equipa técnica e o apoio precioso de todos os patrocinadores”, recordou Bruno Magalhães, na hora dos festejos, que tiveram direito a dedicatória. “Esta conquista é para todos eles”, referiu.

Com o titulo nacional na mão, o piloto quis ainda repetir o triunfo do ano passado, na prova que passou pela Marinha Grande, São Pedro de Moel, Figueiró dos Vinhos, Espinhas e Pedrogão Grande, nos dias 19 de 20 de Setembro. “Rodámos para garantir a vitória, porque título sem triunfo não seria festa”, defendeu.

Ao pódio da 6ª prova do nacional de ralis subiram Bruno Magalhães (Peugeot), Vítor Pascoal (Peugeot) e Pedro Meireles (Subaru), respectivamente.

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Igual e diferente

O peregrino que se desloca à Terra Santa vê subitamente o programa alterado e sente ser-lhe proporcionado um dia diferente. Motivado pelo conhecimento e a proximidade com os lugares que fazem parte da vida de Cristo, é transportado para uma outra era e um outro acontecimento. De forma um tanto abrupta vê-se transportado ao “jardim-museu do holocausto”.

Os programas turísticos levam-no a percorrer as galerias de um enorme museu onde são visíveis as marcas do sofrimento infligido aos judeus pelas ideias e movimentos nazis, durante a Segunda Grande Guerra. E no meio de milhares de fotografias, filmes e relatos, é-se transportado a uma sala feita de gavetas e gavetões onde são apresentadas as muitas figuras que, ao nível mundial, tomaram uma postura diferente, contra o regime. Os salvadores, outros Messias do nosso tempo, que à custa das próprias vidas ousaram ignorar as ordens do regime e se dedicaram ao Salvamento de vidas humanas, independentemente da religião ou da raça. É uma galeria enorme e são às centenas aqueles e aquelas que deixaram o seu nome escrito na história moderna pelo facto de terem ajudado aqueles que eram perseguidos e humilhados.

Como portugueses sentimos um certo orgulho quando ali encontramos, lado a lado com rostos de outras paragens, um nome que é também um orgulho nacional: Aristides Sousa Mendes. Todos o conhecemos e já dele ouvimos falar. Por isso ali nos demoramos, com o desejo de que ali nos vejam e assim se estendam até nós os efeitos da sua heroicidade. Talvez por isso dei comigo mesmo a visitá-lo e a revisitá-lo por três vezes consecutivas.

Mas quem conhece um pouco mais da história não pode deixar de ficar triste pelo facto de conhecer outros que são pura e simplesmente esquecidos ou ignorados. Um esquecimento que afinal abona em nome da sua heroicidade. Está neste caso Monsenhor Carreira, um ilustre filho desta terra e do qual celebramos agora o centenário do seu nascimento. Não tem fotografia nem nome registado no museu-jardim de Israel.

O esquecimento a que está votado tem que ver com o facto de ter sido um clérigo, mais que com o outro facto de ter feito a sua acção salvadora sempre em segredo e com total discrição. A sociedade laicista em que vivemos pretende ignorar homens que tenham trabalhado não pelo dinheiro, nem pelo gosto de ser heróis, mas pela simplicidade de amarem a Deus. Uma sociedade sem Deus, tudo faz para esquecer os homens de Deus.

E no entanto, Monselhor Carreira foi tão ou mais herói que esses outros heróis que a galeria nos apresenta. Confesso que eu próprio não o conhecia antes de dele ouvir falar, o que aconteceu apenas há uma semana. Estava eu longe de imaginar que aqui mesmo ao lado podia encontrar um herói desta estirpe. O meu país parece desconhecê-lo, prefere falar dos heróis feitos com “morangos e açúcar” e deixa no esquecimento outros que como Monsenhor Carreira são feitos de carne e osso, mas passam como se de papel fossem feitos.

Está na hora de as autoridade civis e religiosas abrirem os olhos e darem destaque a quem efectivamente o merece. Monsenhor Carreira está lá na primeira fila. Aqui o lembramos nesta edição e deixamos o repto para que o Magalhães, hoje lançado nas escolas, nos leve a descobrir este herói nacional. Não será exagero se ele fizer parte não de um museu ou jardim, mas de uma memória colectiva que nos ajuda a ser mais nós próprios.

[Edição de 25 de Setembro]

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O MENSAGEIRO | | |

A espiritualidade na era da globalização

O jornal O Mensageiro foi testemunhar os saberes de um homem que esteve nos lugares de topo do Banco Mundial e de outras importantes organizações do planeta.

Actualmente, procura intensificar a sua espiritualidade e a das muitas pessoas que ouvem/seguem os seus preceitos, através do caminho da simplicidade, da acessibilidade e dos bons relacionamentos humanos.

Fazemos um resumo da conferência que deu em Leiria, a convite da Open, e apresentamos o seu percurso de vida, publicado na revista Invest.

[Edição de 18 de Setembro]

Edição 4724 – 18 de Setembro

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O MENSAGEIRO | 2008-09-24 | |

Bienal de Artes Plásticas abre dia 20

A “7ª Bienal de Artes Plásticas da Marinha Grande – Prémio Pintor Fernando de Azevedo” é inaugurada no próximo sábado, 20 de Setembro, às 15h00, no Parque Municipal de Exposições, sito na Rua da Boavista, Marinha Grande. Na inauguração será feita a estreia nacional do espectáculo de marionetas em Vidro - “Tempestade”.

O certame, que decorre de 20 de Setembro a 19 de Outubro de 2008, é organizado pela Câmara Municipal da Marinha Grande e conta com o apoio da Gallo Vidro SA. Em todos os dias e espectáculos da Bienal, a entrada é gratuita.

[Leia a notícia completa na edição de 18 de Setembro]

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O MENSAGEIRO | | |

INAG avança com consolidação

As obras de consolidação do Forte de S. Miguel Arcanjo, na Nazaré, poderão ter início ainda este ano.

A empreitada para a estabilização das arribas do Forte de S. Miguel Arcanjo encontra-se em fase de apreciação das propostas apresentadas ao concurso público aberto recentemente pelo Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional.

O prazo de execução é de três meses a contar da data da consignação, a qual deverá acontecer ainda este ano, de acordo com o Instituto da Água. O objectivo da intervenção programada é a drenagem no topo da arriba de modo a que a água seja encaminhada de forma concentrada e controlada para a base; o preenchimento das infra-escavações com betão e colocação de pregagens para solidarização dos maciços instáveis; a reabilitação e beneficiação das escadas existentes e colocação de guardas nas zonas de circulação.

Nesta intervenção, será ainda colocado revestimento vegetal, de forma a diminuir o impacte visual negativo, e feito o revestimento da face visível do betão com alvenaria de pedra calcária da região, com o objectivo de assegurar a integração paisagística do conjunto. O valor global desta obra está estimado em cerca de 240.000 euros.

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O MENSAGEIRO | | |

Revisão do RABI

Realizou-se na passada terça-feira, dia 16, uma assembleia do clero diocesano, para discussão de alguns temas respeitantes à vida do presbitério, onde estiveram presentes cerca de 60 padres. Na ordem do dia esteve o estudo prévio para a revisão do Regulamento da Administração dos Bens da Igreja (RABI), no que aos sacerdotes diz respeito. A comissão para a revisão do RABI elaborou um ante-projecto que submeteu à discussão dos presentes. O referido documento apresenta as linhas gerais que devem presidir à revisão, bem como alguns pontos novos que a experiência dos últimos anos tornou necessários. Destacamos neste ponto a possibilidade de as paróquias instituírem o Fundo Paroquial de forma distinta do Fundo da Igreja Paroquial.

Refira-se que o RABI, estabelece o estatuto económico dos sacerdotes e tem como base o espírito de comunhão e partilha de bens entre os sacerdotes, as paróquias e a diocese. A proposta agora apresentada alarga o âmbito de incidência indo para além do estatuto do clero e das paróquias, fazendo referência clara a outras instituições e associações canónicas.

Como princípios gerais que presidem à revisão do estatuto destacam-se o aprofundamento da comunhão e partilha entre pessoas e instituições diocesanas; a definição de responsabilidades e competências dos responsáveis das instituições e serviços; o cuidado e sustentabilidade económica das instituições e projectos eclesiais e o melhoramento da organização e procedimentos das pessoas e instituições da Diocese.

Depois de aprovada a proposta, de forma geral, os elementos presentes na Assembleia do Clero analisaram as propostas na especialidade, tendo dado o seu parecer à comissão. Agora, fica o trabalho de análise e redacção da proposta final, que será analisada em Conselho Presbiteral. No final, o senhor bispo fará a aprovação e remeterá a revisão para publicação.

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O MENSAGEIRO | | |

Vidigalenses à conquista da Europa

Um clube, 14 atletas, três treinadores, uma missão: representar Portugal na Taça dos Clubes Campeões Europeus, categoria júnior. A equipa feminina da Juventude Vidigalense (JV), a única portuguesa, terá em Irina Rodrigues uma das mais sérias candidatas a medalhas, numa prova que decorrerá no dia 20 de Setembro, na Bélgica.

“O ano passado o pessoal superou-se e vencemos em masculinos”, recordou, antes da partida, o técnico vidigalense Paulo Reis. Para a estreia, em femininos, a ambição é mais comedida. “Ficar na primeira metade, isto é, nos quatro primeiros, seria muito bom”, refere. Individualmente, “temos a Irina [Rodrigues] que irá certamente lutar pela vitória no lançamento do disco. Não nos passa outra coisa pela cabeça”, aponta. Fortalecer o espírito de equipa e “proporcionar uma experiência internacional” é, contudo, o principal objectivo. A presença de Vânia Silva no seio da comitiva é disso exemplo. “Algumas atletas vieram para o atletismo por influência dela [Vânia Silva], pelo que há uma relação muito forte”, recordou.

A JV integra o grupo “C” juntamente com Nike (Lituânia), Prins Hendrik (Holanda), Tampereen Pyrintö (Finlândia), CABW/BEL CABW (Bélgica), AS Pelasgos Larissa (Grécia), Maccabi Haifa (Israel) e SK Podlasie Bialystok (Polónia).

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O MENSAGEIRO | | |

Para lá do imediato

Os tempos estão marcados pela urgência de viver e pela visão prática de cada acontecimento e de cada hora que passa. Somos máquinas ambulantes que pouco mais sabem fazer que satisfazer o imediato. A modernidade faz-se pela aposta na economia e nos números; a falência de um banco nos EUA provoca aquilo a que os economistas chamaram um verdadeiro tsunami económico. Vivemos hoje tão dependentes do dinheiro e da economia que o mínimo abalo provocado na mais recôndita região do planeta, significa um vendaval pelo mundo inteiro. E sem nos apercebermos, tornamo-nos nós próprios autênticas marionetas movidas ao ritmo do tilintar das moedas, como aquelas estátuas-humanas que se mexem quando ouvem uma moeda cair dentro da caixinha. Aquele som torna-se motor de movimento e aí temos o homem moderno a mover-se. Cada vez mais a única coisa que nos faz mexer é aquele som mágico: só por ele os filhos se calam e progridem nos estudos; só por ele os adultos mantêm amizades e colaboram em projectos comunitários; só por ele os menos jovens saem de casa e deixam de se resignar perante o fatalismo da vida.

Pouco a pouco vamos esquecendo que afinal somos mais, muito mais, do que aquilo que os espelhos reflectem; somos detentores de um potencial maior do que as câmaras da televisão mostram e somos muito mais do que nos julgamos ou nos julgam. Há no ser humano um manancial de energia e espiritualidade que, por não ser visível nem mensurável, passa despercebido. Mais ainda quando a nossa atenção está voltada para coisas banais e materiais; quando os dias e a felicidade se medem pela capacidade de possuir maiores lucros e rendimentos. Acabamos por cruzar-nos todos os dias com o homem-estátua e já não sabemos apreciar a limpidez e serenidade de quem se deixa ficar minutos a fio imóvel sem vento ou vendaval que o distraia. Perdemos pouco a pouco o sentido da contemplação e da admiração. Tudo se reduz à moeda: ao transeunte cabe colocar uma moeda na caixinha e ao homem-estátua cabe mexer e mudar de posição. Nada de contemplação e admiração do belo e do estético.

Assim vão os tempos. Mas há no meio de todo este retalho quem esteja cá e não seja de cá. Há quem faça parte dos maiores projectos e mexa nas maiores somas de números e no entanto viva a vida numa outra dimensão e perspectiva. Aliás, há até quem não se resigne a deixar-se levar pela onda economicista embora dê cartas no mundo da economia. A Igreja sempre alertou para esta necessidade de ser fermento e sal; sempre pugnou pela necessidade de levantar os olhos para lá do imediato e espontâneo. É a dimensão espiritual a ser valorizada para lá do imediatismo do quotidiano. A Igreja está cheia de homens e mulheres que souberam dar esta volta e se tornaram autênticos guias da felicidade.

Neste número quisemos falar desta dimensão espiritual que parece estar esquecida. Pegamos num exemplo que nos veio parar à secretária e que admiramos pela profundidade e pela ousadia. Que ao ter conhecimento os nossos leitores se sintam também mais motivados a deixar o espírito falar mais alto.

[Edição de 18 de Setembro]

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O MENSAGEIRO | | |

Bispo diocesano publica nova carta pastoral

Com data de 8 de Setembro e com o título Ir ao coração da fé – Formar para uma fé adulta, o Bispo da diocese de Leiria-Fátima, D. António Marto, acaba de publicar uma carta pastoral que define o programa para o ano 2008-2009.

No seu conjunto, esta carta pastoral deixa transparecer a dedicação e solicitude do bispo para com a diocese; são frequentes os desabafos vindos do interior, quer para expressar momentos de alegria e júbilo por resultados já alcançados, quer para denunciar e expressar anseios ainda por concretizar. Para além das normas e recomendações oportunas para a Diocese, é de notar a profunda reflexão que o prelado faz sobre o itinerário de formação cristã.

Seguindo os passos de S. Paulo, esta Carta Pastoral torna-se, ela mesma, um excelente manual de formação sobre o percurso formativo do cristão.

[Edição de 11 de Setembro]

Edição 4723 – 11 de Setembro

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O MENSAGEIRO | 2008-09-12 | |

Escultura em areia anima bienal de artes

Na Praça Guilherme Stephens, no centro tradicional da cidade da Marinha Grande, começou a ser construída no dia 9 de Setembro uma escultura com 30 toneladas de areia, pelo artista José Fernandes Alexandre. A iniciativa é promovida pela Câmara Municipal da Marinha Grande e estende-se até 14 de Setembro, data em que decorrerá um workshop gratuito de escultura de areia.

A iniciativa integra-se no programa da 7ª Bienal de Artes Plásticas da Marinha Grande e consiste na demonstração de construção de escultura de areia. Até ao próximo sábado, o escultor José Fernandes Alexandre vai erguer uma obra de arte, alusiva a elementos patrimoniais da Marinha Grande, evocando também a Bienal de Artes Plásticas. A obra estará concluída no sábado, 13 de Setembro. O artista, de reconhecido mérito, pode ser visto a trabalhar das 10h00 às 19h00.

[Leia a notícia completa na edição de 11de Setembro]

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O MENSAGEIRO | | |

Primeiro-ministro satisfeito com exemplo em Leiria

Vinte e quatro horas por dia, 365 dias por ano. O Hospital de Santo André (HSA), em Leiria, conta com a primeira farmácia hospitalar do País, inaugurada, no dia 4 de Setembro, pelo Primeiro-ministro, José Sócrates, que se fez acompanhar pela ministra da saúde, Ana Jorge, e dois secretários de Estado. Uma medida que, segundo opinião generalizada, visa beneficiar os utentes.

[Leia a notícia completa na edição de 11de Setembro]

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O MENSAGEIRO | | |

Tomada de posse dos novos Reitor e Administrador do Santuário de Fátima

O Padre Virgílio do Nascimento Antunes, nomeado para Reitor do Santuário de Fátima, assume este novo cargo no dia 25 de Setembro, quinta-feira.

A tomada de posse decorrerá na Eucaristia das 11h00, presidida por D. António Marto, Bispo de Leiria-Fátima, na Basílica do Santuário de Fátima.
Seguir-se-á, na Capelinha das Aparições, um momento de acção de graças e de consagração a Nossa Senhora.

Recorde-se que D. António Marto, Bispo de Leiria-Fátima, procedeu, no mês de Julho deste ano, a várias nomeações para diversos serviços e paróquias da Diocese e algumas delas estiveram relacionadas directamente com o Santuário de Fátima.

Na ocasião o Padre Virgílio Antunes, apresentado em Abril deste ano como o próximo Reitor da instituição, foi nomeado para esse cargo, com a entrada em funções agendada para a data atrás referida.

Mons. Cón. Dr. Luciano Guerra, Reitor do Santuário de Fátima desde 1973, terminado o mandato para o qual foi nomeado, cessa as suas funções no Santuário de Fátima.
Foi também anunciado que, junto com a mudança de Reitor, haveria também mudança de Administrador. D. António Marto nomeou para novo Administrador do Santuário de Fátima o Padre Cristiano Saraiva, que deixa as funções de Pároco da Barreira, mantendo a de Ecónomo Diocesano. O Padre António Lopes de Sousa, até ao momento Administrador do Santuário de Fátima, deixará estas funções, continuando como Capelão na instituição.

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João Silva (bi)campeão europeu

Os triunfos repetem-se. Duas medalhas de ouro nos campeonatos da Europa de Sub-23 e juvenis, que decorreu em Pulpi, Espanha, nos dias 6 e 7 de Setembro, são o saldo de João Silva, natural da Benedita, Alcobaça.

Se Vanessa Fernandes é garantia de vitórias no feminino, João Silva começa a sê-lo no masculino. Prova disso foram os títulos europeus, que ambos conquistaram, a título individual, e ao quais se juntou ainda o colectivo masculino de Sub-23, feito do triatleta alcobacense, juntamente com Miguel Arraiolos (também vice-campeão europeu de Sub-23) e João Pereira.

Depois de se ter sagrado campeão europeu de duatlo, em 2007, João Silva contribuiu, assim, de forma decisiva, para a melhor prestação portuguesa de sempre – três medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze.

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O Bispo que temos

O início do novo ano pastoral na diocese de Leiria-Fátima é marcado pela publicação de uma nova carta pastoral de D. António Marto. O documento, que fora anunciado já há algum tempo, está já disponível para leitura e estudo por parte de todos os agentes pastorais e fiéis em geral. Dado que o presente ano é dedicado, na sequência do Projecto Pastoral elaborado pela diocese, à formação cristã, a referida carta aborda esta questão propondo caminhos de execução e acção. Também por isso se torna um documento precioso e singular na programação pastoral de cada paróquia e de cada movimento eclesial.

Disse “também por isso” porque, a meu ver, a carta pastoral é um precioso documento de literatura cristã ao mesmo tempo que se pode definir como tratado de teologia cristã. Sobretudo no que diz respeito à reflexão sobre o itinerário formativo do cristão. É interessante ver como um documento que aborda a questão da formação é ele mesmo um manual de formação. Aliado ao valor da reflexão destaca-se o valor literário. D. António Marto consegue escrever de forma suave e agradável, usando imagens e formas de dizer que deixam transparecer a sua veia poética. A vida também se faz de beleza e de poesia. Como ninguém os poetas sabem saborear a vida no que ela tem de mais belo e vigoroso.

Aliás esta característica parece estar bem presente no nosso bispo que consegue sempre fazer ver o lado bonito da vida e da fé. Não se cansa o prelado de falar da beleza e da alegria da vocação cristã, da fé no seu todo e na vida no geral. Sempre que o ouvimos somos tocados pela clareza da reflexão e pela beleza com que sabe exprimir-se. Por vezes tem expressões que ferem o nosso ouvido, por serem pouco habituais na nossa linguagem quotidiana e por serem portadoras de esperança e entusiasmo. Uma forma de dialogar e de estar na vida que choca com o nosso espírito derrotista e enfadonho com que tantas vezes a construímos. Uma luz no meio da escuridão da noite e uma lufada de ar fresco e retemperante na melancolia do nosso existir.

Esta é afinal a mensagem do Evangelho no seu todo. Mais que um moralismo pesado, o Evangelho é-nos transmitido eivado de simpatia e entusiasmo. Um dom que não nos pudemos dar ao luxo de deixar passar ao lado. Uma dádiva com que Deus quer inundar e beijar a Igreja do nosso tempo.

Tudo isto só é possível graças à reflexão e ao estilo de vida de quem se sente primeiramente amado e se faz, por amor, veículo do Amor. E, em tempos de crise, nada mais agradável do que poder conviver com homens assim, simples, sinceros e amantes da vida. A diocese está por isso profundamente agradecida a Deus pelo bispo que lhe deu e não pode deixar de mostrar o seu agradecimento. A melhor forma de expressar esse agradecimento será certamente levar em conta os desafios que lhe são lançados, e que agora estão compilados numa carta pastoral que se deve tornar o nosso livro de cabeceira ao longo do ano 2008/2209.

Nesta edição damos conta desta carta pastoral e transcrevemos uma parte da mesma, na qual são apontadas as linhas programáticas e acções a realizar na diocese e na paróquia. Fica o desafio para não fazer desta carta mais uma carta, mas a Carta da Diocese.

[Edição de 11 de Setembro]

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Inovação, Qualidade e Independência

A Igreja foi pioneira e continua a sê-lo, no campo social. A lei suprema do amor, ou da caridade, geriu os programas e os planos, construídos muitas vezes à custa de vidas e dissabores; mas edificou um programa social em que a elevação dos mais pequenos e últimos era prioritária. Neste espírito se realiza o I Congresso da Pastoral Social, nos dias 9 a 11 de Setembro. Uma oportunidade para rever caminhos percorridos e projectar novos rumos.

[Edição de 4 de Setembro]

Edição 4722 – 4 de Setembro

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O MENSAGEIRO | 2008-09-05 | |

623º aniversário da Batalha de Aljubarrota

Na manhã de 14 de Agosto, a Fundação Batalha de Aljubarrota (FBA) organizou uma cerimónia comemorativa do 623º aniversário da Batalha de Aljubarrota, no Campo de S. Jorge, onde a figura em destaque foi o D. Nuno Alvares Pereira, cujo processo de canonização foi já assinado pelo Papa Bento XVI.

[Leia a notícia completa na edição de 4 de Setembro]

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Alcobaça quer sair de Leiria/Fátima

O presidente da Comissão Instaladora da Entidade Regional de Turismo de Leiria/Fátima (ERTLF), Luís Miguel Sousinha, revelou à Agência Lusa que o município de Alcobaça manifestou vontade de abandonar este organismo. “É uma situação que lamento, mas compreendo”, afirmou o responsável, adiantando ter sido informado pela autarquia deste desejo na semana passada, ao mesmo tempo que lhe foi comunicada a provável integração do concelho de Alcobaça no Turismo do Oeste. “A estratégia que o município de Alcobaça tem para o turismo tem muito a ver com aquilo que foi definido pelo Plano Estratégico Nacional do Turismo para o Oeste”, admitiu o presidente da comissão instaladora.

Luís Miguel Sousinha afirmou que a nova lei das Entidades Regionais de Turismo “veio provocar cisões”, uma situação que considerou não teria acontecido “se se tivessem ouvido as partes interessadas”, adiantando que “haverá outras situações semelhantes a nível nacional”.

Questionado sobre se esta decisão não coloca em causa o trabalho das últimas décadas na promoção do circuito turístico no eixo Nazaré/Alcobaça/Batalha/Fátima, Luís Miguel Sousinha disse acreditar que “não é por estar numa ou noutra entidade que se vai deixar de fazer este trabalho”, pois “o turismo não tem fronteiras”.

O presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, Gonçalves Sapinho, confirmou a intenção de deixar o Turismo de Leiria/Fátima e de integrar o Turismo do Oeste. “É uma questão de lógica e não de afinidade”, referiu o autarca, acrescentando “não saber se é possível” a integração noutra área promocional do turismo e manifestando o seu desagrado face ao recuo do Governo de extinguir a Região de Turismo de Leiria/Fátima.

Permanece a dúvida sobre o que decidirá a Câmara da Nazaré, concelho rodeado pelo município de Alcobaça. O presidente da autarquia, Jorge Barroso, disse estar a “estudar o assunto”, garantindo uma tomada de posição até ao final deste mês, que terá em conta “a defesa dos superiores interesses do concelho”.

Já o presidente da Região do Turismo do Oeste, António Carneiro, lembrou que a decisão tem de passar pelo crivo do Governo, a quem compete alterar o anexo do decreto-lei das novas entidades do turismo. Ainda assim, não tem dúvidas de que seria “uma grande mais-valia para o Oeste”, mas considera seja qual for o desfecho da situação, “Oeste e Leiria/Fátima são duas regiões intimamente ligadas”.

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Um homem de paz e de obras

O padre Boaventura Domingos Vieira, da diocese de Leiria-Fátima, faleceu no dia 29 de Agosto, no Hospital de S. André, em Leiria. Tinha 79 anos de idade e era capelão do Mosteiro de Santa Clara, em Monte Real.

O funeral realizou-se no dia seguinte para Santa Catarina da Serra, de onde este sacerdote era natural. Presidiu à celebração das exéquias o bispo diocesano, D. António Marto, que recordou o percurso deste sacerdote e disse estar grato a Deus pela vida e obras deste ministro de Cristo. De entre as suas qualidades, destacou o testemunho de dedicação, disponibilidade e generosidade no longo e zeloso ministério que este sacerdote desempenhou ao serviço da Igreja, em múltiplos lugares e actividades.

[Leia a notícia completa na edição de 4 de Setembro]

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Odete Fiúza à conquista de Pequim

Primeiro Vânia Silva, agora Odete Fiúza. É mais uma presença leiriense em Pequim, desta vez para os Jogos Paralímpicos, que decorrerão de 6 a 17 de Setembro. Na comitiva portuguesa respira-se confiança e Odete Fiúza não é excepção. Depois das medalhas conquistadas no mundial de 2007, poder-se-ão seguir as olímpicas. A estreia está marcada para o dia 8, na eliminatória dos 800 metros.

Odete Fiúza (na foto) é amblíope e já nasceu com este problema de visão. Natural de Leiria, reside em Lisboa onde é advogada de profissão, e atleta de alta competição desde 1993. Bastaram três anos para provar, nas pistas, que merecia o estatuto. Entre os títulos já conquistados, destaque para a medalha de ouro obtida há dez anos, em Madrid, onde foi também recordista mundial nos 5000 metros. É ainda recordista nacional desde os 400 aos 5000 metros. No ano passado, teve como ponto alto a conquista das medalhas de prata (5000 metros) e bronze (1500 metros) no decorrer dos mundiais da IBSA (Associação Internacional de Cegos), que lhe valeram um lugar em Pequim.

Aos 35 anos, Odete Fiúza vai para a sua quarta participação nos Paralímpicos, depois de Atlanta 1996, Sidney 2000 e Atenas 2004. Em Pequim, a leiriense vai participar nas eliminatórias dos 800 (dia 8) e dos 1500 metros (dia 12). As respectivas finais, estão agendadas para os dias 9 e 14.

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Dimensão social da fé

A Europa acordou repentinamente para os problemas sociais. Eles fizeram parte do crescimento e amadurecimento dos indivíduos e das instituições. Por toda a parte as políticas sociais são incrementadas e são elas que dão votos aos políticos. Mas a experiência e a observação levam-nos a concluir que, na grande maioria dos casos, estas causas sociais servem de propaganda política e nem sempre são uma forma pragmática de construção das sociedades. Todos se advogam detentores das melhores politicas e ideias sociais e todos pugnam pela apresentação de um programa em que elas sejam prioritárias. A verdade, porém, é que continua a haver outros “interesses” ou “valores” que se sobrepõem à construção harmónica da sociedade.

A Igreja foi pioneira e continua a sê-lo, no campo social. A lei suprema do amor, ou da caridade, geriu os programas e os planos, construídos muitas vezes à custa de vidas e dissabores; mas edificou um programa social em que a elevação dos mais pequenos e últimos era prioritária. A sociedade deve à Igreja a construção dos primeiros hospitais, creches e lares de terceira idade. E se quisermos ir mais longe e sermos honestos, temos que dizer que a sociedade deve à Igreja as primeiras técnicas de manipulação da agricultura e da organização social.

Houve, certamente, erros e atropelos, outra coisa não seria de esperar. Mas houve também virtudes e formas únicas de vida que jamais foram alcançadas ou igualadas. Quer queiramos quer não, a sociedade moderna caminhou pela mão firme e forte da Igreja.

Os tempos mudaram, e hoje não só se quer fazer tábua rasa de tudo isso, como até se pretende desvalorizar esse esforço e esse contributo. A Europa que estamos a construir quer esquecer o historial que lhe esteve na génese. O Estado “invadiu” o espaço social que outrora foi edificado pela Igreja. Não há que regatear e não é preciso reclamar. Acreditamos até que o sector social compete efectivamente ao Estado. Já o espírito com que o faz, a motivação que lhe está subjacente pode ser questionada e deve mesmo ser avaliada. A lei suprema do amor e da caridade parece ter sido esquecida ou desvalorizada. Impera a lei do voto e do capital, muitas vezes chamado profissionalismo. Morreu o amor ao próximo e o desejo de ajudar desinteressadamente. Hospitais, creches e lares tornaram-se empresas de negócios, em que o lucro é o objectivo primeiro e único. Parece que já ninguém da nada a ninguém e ninguém faz nada por ninguém. Como numa verdadeira república das bananas entramos no espírito do “salve-se quem puder”.

E aí vamos nós, rosnando o descontentamento, sem porém procurar verdadeiras vias alternativas.

Mas a Igreja de Jesus Cristo continua presente na sociedade e de forma silenciosa, por vezes invisível, continua a dar cartas no plano social. Atenta como está ao desenrolar da história, sem querer protagonismos que não lhe pertençam continua a denunciar o que está errado, como compete a toda a instituição que pugne pelo bem das pessoas e das sociedades. Essa é também uma forma de viver a fé. Ela também se vive na preocupação e na intervenção social.

Neste espírito se realiza o I Congresso da Pastoral Social, nos dias 9 a 11 de Setembro. Uma oportunidade para rever caminhos percorridos e projectar novos rumos. Por isso destacamos o assunto nesta edição.

[Edição de 4 de Setembro]

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