O coração da Diocese
A expressão está carregada de emoção e ardor, e por isso mesmo é fácil imaginá-la nos lábios de um pastor que viva de forma apaixonada o caminhar de uma diocese. Desde pequeno habituei-me a ouvi-la, sem porém a valorizar nem ver nela nada mais que a forma poética de falar de uma instituição. O alcance da expressão, contudo, foi-se revelando pouco a pouco embora ainda hoje talvez não consiga atingir a verdade total do que ela exprime.
De qualquer modo, ela permite falar do sentido verdadeiramente familiar e vital da Igreja e da pastoral diocesana. Dizer-se que o Seminário é o coração da diocese, é dizer que nele devem estar centradas as atenções e concentradas as forças de todos os fiéis. O Seminário é pólo de convergência de intenções, planos e projectos pastorais que a diocese pode e deve traçar; à sua volta deve palpitar e correr o sangue da fé da comunidade. No Seminário se constrói o futuro, não apenas no âmbito da fé como também no social.
Outrora, eles foram autênticos pólos de sabedoria, de cultura e dinamismo social. Um verdadeiro armazém de sementes geradoras de vitalismo e incremento da fé. Cresceram e desenvolveram-se ao seu redor populações, cuja vida os tinha como ponto de referência. Foi uma época que apesar de tudo não está tão longínqua como possamos imaginar. Lembro-me como, nos meus primeiros anos de seminários, esta realidade se fazia notar na cidade de Leiria. Recordo como, nesse tempo, se misturava uma certa áurea de mistério e de apreço pela instituição. A sociedade reconhecia o valor e o dinamismo que lhe era próprio e, sem subserviências, acarinhava a casa e os que lá viviam.
Depois atravessamos os patamares do que chamamos liberdade e autonomia; relegamos para segundo plano valores e instituições que eram verdadeiras universidades de saber, e agora deparamo-nos com a nossa solidão e vazio que erguemos orgulhosamente. E depois choramos e lamentamo-nos porque estamos em crise, porque já ninguém respeita ninguém, porque já não temos solução para os nossos problemas e complicações. Como a vida é engraçada e ao mesmo tempo desafiante.
O Seminário de Leiria não pretende de forma alguma voltar ao passado, como também não quer ficar a chorar sobre o leite derramado. Mas está também consciente de que pode fazer ainda muito pela comunidade cristã e pela sociedade em que está inserido. E é neste espírito de serviço que enfrenta um novo desafio, começando para já com uma profunda remodelação interior. Remodelação que passa pela reconstrução e reaproveitamento dos espaços físicos. Uma nova casa, com um novo rosto, para que volte a ser o coração da diocese. Ao longo do percurso desta transformação O Mensageiro irá dar a conhecer a evolução dos acontecimentos. Para já, na semana em que a Igreja Portuguesa celebra a semana dos seminários, damos o pontapé de saída com a informação genérica sobre o início das obras.
[Edição de 13 de Novembro]
De qualquer modo, ela permite falar do sentido verdadeiramente familiar e vital da Igreja e da pastoral diocesana. Dizer-se que o Seminário é o coração da diocese, é dizer que nele devem estar centradas as atenções e concentradas as forças de todos os fiéis. O Seminário é pólo de convergência de intenções, planos e projectos pastorais que a diocese pode e deve traçar; à sua volta deve palpitar e correr o sangue da fé da comunidade. No Seminário se constrói o futuro, não apenas no âmbito da fé como também no social.
Outrora, eles foram autênticos pólos de sabedoria, de cultura e dinamismo social. Um verdadeiro armazém de sementes geradoras de vitalismo e incremento da fé. Cresceram e desenvolveram-se ao seu redor populações, cuja vida os tinha como ponto de referência. Foi uma época que apesar de tudo não está tão longínqua como possamos imaginar. Lembro-me como, nos meus primeiros anos de seminários, esta realidade se fazia notar na cidade de Leiria. Recordo como, nesse tempo, se misturava uma certa áurea de mistério e de apreço pela instituição. A sociedade reconhecia o valor e o dinamismo que lhe era próprio e, sem subserviências, acarinhava a casa e os que lá viviam.
Depois atravessamos os patamares do que chamamos liberdade e autonomia; relegamos para segundo plano valores e instituições que eram verdadeiras universidades de saber, e agora deparamo-nos com a nossa solidão e vazio que erguemos orgulhosamente. E depois choramos e lamentamo-nos porque estamos em crise, porque já ninguém respeita ninguém, porque já não temos solução para os nossos problemas e complicações. Como a vida é engraçada e ao mesmo tempo desafiante.
O Seminário de Leiria não pretende de forma alguma voltar ao passado, como também não quer ficar a chorar sobre o leite derramado. Mas está também consciente de que pode fazer ainda muito pela comunidade cristã e pela sociedade em que está inserido. E é neste espírito de serviço que enfrenta um novo desafio, começando para já com uma profunda remodelação interior. Remodelação que passa pela reconstrução e reaproveitamento dos espaços físicos. Uma nova casa, com um novo rosto, para que volte a ser o coração da diocese. Ao longo do percurso desta transformação O Mensageiro irá dar a conhecer a evolução dos acontecimentos. Para já, na semana em que a Igreja Portuguesa celebra a semana dos seminários, damos o pontapé de saída com a informação genérica sobre o início das obras.
[Edição de 13 de Novembro]
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