Mês das almas: para alcançar a paz

A história humana está repleta de gente que soube aproveitar-se desta tão natural condição humana. Pouco a pouco aquilo que deveria ser um momento sereno de encontro e saudosa lembrança, vivida na serenidade e até no gozo da memória, foi-se transformando em muitos casos numa angústia permanente, preenchendo a vida de sombras e medos que enervam e tiram toda a calma. Muitos espalharam o medo a partir de uma situação que nada tem a ver com isso, mas que por ser sempre um mistério traz consigo o estigma da angústia, da duvida e da incerteza. Nos nossos dias aumentam estas situações, na proporção directa das certezas que vamos conquistando todos os dias. E quanto mais sabemos do mundo e do universo, mais misterioso se revela o fim da vida. E o medo, a incerteza e a angústia aumentam.
Por isso o Dia de Todos os Santos e o Dia de Finados ou Fiéis Defuntos com que a Igreja inicia o mês de Novembro são uma óptima ocasião para que os cristãos façam uma reflexão, para lá da oração, sobre o sentido da vida e da morte. Uma reflexão que deveria conduzir à certeza óbvia do apelo à felicidade e à alegria. Porque na verdade é um privilégio ter nascido, como é um privilégio morrer depois de viver à luz da fé. As tradições podem sobrepor-se à verdade da história e também aí é preciso estar atento. O Dia de Todos os Santos, passou a Dia do Bolinho e quer passar a ser Dia do Hallowen. É preciso estar atento, porque mais uma vez está aqui escondida a tentativa de transformar o bonito e pacífico, em feio e angustiante.
O Mensageiro quis abordar esta questão para que o leitor possa ultrapassar a visão redutora com que estas celebrações são entendidas e vividas nos nossos dias. Evocamos os santos e os mortos para que possam ser luz e farol na vida dos crentes.
[Edição de 30 de Outubro]
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