Caminhar Juntos
Os meios de comunicação social pouco ou quase nada falam do que por estes dias está a decorrer em Roma. O XII Sínodo dos bispos, que vai abordar questões relativas à Palavra de Deus, a Bíblia. Se não houver registo de factos anormais o mais certo é que a comunicação social pouco se interessará por este acontecimento, tanto mais que os problemas financeiros dominam o tempo que vivemos.
E no entanto, o Sínodo, só por si, deveria ser já um desafio e uma preocupação, mesmo para os homens das finanças. Afinal de contas, não estão os peritos a dizer que os problemas económicos da actual conjuntura mundial devem ser resolvidos de forma conjunta, em que as soluções a apresentar sejam comuns a todos ou pelo menos vários governos? E não é o actual caos provocado pela fome desenfreada do lucro que acabou por levar a que cada um procurasse os seus caminhos de forma individual e egoísta, sem a menor preocupação com o outro? Não será que o capitalismo acaba por descobrir o seu calcanhar de Aquiles, ao favorecer o individualismo? Pois contra toda esta mentalidade o Sínodo levanta-se como uma forma singular de trabalhar, caminhar, em conjunto. Não se trata apenas de uma reunião de trabalho ou uma reflexão em conjunto. Mais do que isso, o Sínodo é uma forma de estar junto, uma forma de crescer junto. Neste sentido as preocupações de uns são as preocupações de outros, as alegrias e tristezas, os desafios são assumidos de forma conjunta e não apenas distributiva. Não se procuram culpados para nada e não se favorecem privilegiados em nada. Caminha-se de mãos dadas lado a lado.
Em Roma vive-se por estes dias uma forma única de estar na vida. Talvez que por ser uma forma que nasce no contexto da fé e da Igreja, o mundo e os “sábios” deste mundo não olhem para lá com interesse e nem se preocupem. Sinal dos tempos e de uma sociedade que teima em continuar a avançar sem Deus. Irá pagar caro esta emancipação que afinal se está a revelar como total negação. Se os meios de comunicação social apontassem as objectivas para Roma, se os noticiários abrissem com notícias referentes ao que ali vai acontecendo por estes dias, estou em crer que no final do mês estariam resolvidas as muitas preocupações que actualmente fazem manchete. Até porque o tema deste concílio, vem ao encontro desta outra verdade: “nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”.
Caminhar juntos, é afinal uma proposta que a Igreja lança à sociedade e que este Sínodo uma vez mais vem recordar. Mas um caminhar que não seja atropelo, nem corrida desenfreada. Antes um caminhar que seja suporte e protecção, um caminhar que seja autêntico fazer caminho, lado a lado, na partilha de avanços e recuos.
Em tempos de crise e de algum receio sobre o dia de amanhã, O Mensageiro volta-se para os sinais de esperança que continuam a levantar-se no horizonte. Que este contributo possa ajudar a superar os momentos difíceis que atravessamos. Há luz ao fundo do túnel.
[Edição de 9 de Outubro]
E no entanto, o Sínodo, só por si, deveria ser já um desafio e uma preocupação, mesmo para os homens das finanças. Afinal de contas, não estão os peritos a dizer que os problemas económicos da actual conjuntura mundial devem ser resolvidos de forma conjunta, em que as soluções a apresentar sejam comuns a todos ou pelo menos vários governos? E não é o actual caos provocado pela fome desenfreada do lucro que acabou por levar a que cada um procurasse os seus caminhos de forma individual e egoísta, sem a menor preocupação com o outro? Não será que o capitalismo acaba por descobrir o seu calcanhar de Aquiles, ao favorecer o individualismo? Pois contra toda esta mentalidade o Sínodo levanta-se como uma forma singular de trabalhar, caminhar, em conjunto. Não se trata apenas de uma reunião de trabalho ou uma reflexão em conjunto. Mais do que isso, o Sínodo é uma forma de estar junto, uma forma de crescer junto. Neste sentido as preocupações de uns são as preocupações de outros, as alegrias e tristezas, os desafios são assumidos de forma conjunta e não apenas distributiva. Não se procuram culpados para nada e não se favorecem privilegiados em nada. Caminha-se de mãos dadas lado a lado.
Em Roma vive-se por estes dias uma forma única de estar na vida. Talvez que por ser uma forma que nasce no contexto da fé e da Igreja, o mundo e os “sábios” deste mundo não olhem para lá com interesse e nem se preocupem. Sinal dos tempos e de uma sociedade que teima em continuar a avançar sem Deus. Irá pagar caro esta emancipação que afinal se está a revelar como total negação. Se os meios de comunicação social apontassem as objectivas para Roma, se os noticiários abrissem com notícias referentes ao que ali vai acontecendo por estes dias, estou em crer que no final do mês estariam resolvidas as muitas preocupações que actualmente fazem manchete. Até porque o tema deste concílio, vem ao encontro desta outra verdade: “nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”.
Caminhar juntos, é afinal uma proposta que a Igreja lança à sociedade e que este Sínodo uma vez mais vem recordar. Mas um caminhar que não seja atropelo, nem corrida desenfreada. Antes um caminhar que seja suporte e protecção, um caminhar que seja autêntico fazer caminho, lado a lado, na partilha de avanços e recuos.
Em tempos de crise e de algum receio sobre o dia de amanhã, O Mensageiro volta-se para os sinais de esperança que continuam a levantar-se no horizonte. Que este contributo possa ajudar a superar os momentos difíceis que atravessamos. Há luz ao fundo do túnel.
[Edição de 9 de Outubro]
Etiquetas: editorial