Ao Padre Lacerda*
Caro amigo e irmão no sacerdócio,
Queria ouvir da tua voz o entusiasmo que te levou, em época tão conturbada, a sonhar com a publicação de um jornal diocesano; queria conhecer melhor os contornos desse sonho, como nasceu e como se desenvolveu na tua mente; queria sentir o carinho e a dedicação com que depois seguraste o menino que acabara de nascer; queria, enfim, sentar-me a teu lado e ver o afinco com que te dedicaste à realização deste sonho.
Vivo, porém, a anos de distância; numa outra época e com outros sonhos. Seguro na mão o menino que geraste e criaste de forma tão terna. E às vezes fico perplexo sem saber se estou a corresponder ao que sonhaste, fico com medo de não suportar o peso do menino que entretanto cresceu.
Lembras as noites que deixaste de dormir para que no dia seguinte ele pudesse ver a luz do dia? Lembras as portas a que bateste para que não lhe faltasse o alimento? Lembras as críticas, as incompreensões e as perseguições que te fizeram passar por causa dele? Quando de tudo isso ouço falar, sinto-me privilegiado e ao mesmo tempo envergonhado. Por um lado, tenho hoje as portas abertas como nunca tiveste, não preciso de deixar as noites em claro para que o dia seguinte seja vivido de forma serena e tranquila, e as crÍticas e incompreensões passam por mim para caírem num nível superior. Seguro o menino que não é meu e por isso fico tranquilo. Mas fico também envergonhado porque apesar destas favoráveis condições não sou capaz de ajustar o meu passo com o teu; não sei levar por diante o sonho que foi teu com o mesmo entusiasmo que tu sempre tiveste.
Mas depois procuro ver mais longe e sinto-me tranquilo porque sei que o menino tem os traços do pai: repleto de um amor imenso pela Igreja que serve e pela causa do Evangelho que quer levar mais longe. Sei que acima do teu espírito empreendedor estava o teu espírito de crente e de sacerdote, sequioso de poder dar e dar-se pelo crescimento dos que mais precisavam. Sei que foi a tua sede de formar e gerar uma Igreja mais unida que te levou a abraçar tão pesado fardo. E partilho essas mesmas convicções.
Lá onde estás olha pelo menino que já é homem; segura-o pela mão, agora que entra no entardecer da vida, e indica-lhe o caminho que deve percorrer nesta hora tão diferente e tão cheia de oportunidades.
Conta connosco, pois nós contamos contigo.
Parabéns O Mensageiro
*Fundador de O Mensageiro
Queria ouvir da tua voz o entusiasmo que te levou, em época tão conturbada, a sonhar com a publicação de um jornal diocesano; queria conhecer melhor os contornos desse sonho, como nasceu e como se desenvolveu na tua mente; queria sentir o carinho e a dedicação com que depois seguraste o menino que acabara de nascer; queria, enfim, sentar-me a teu lado e ver o afinco com que te dedicaste à realização deste sonho.
Vivo, porém, a anos de distância; numa outra época e com outros sonhos. Seguro na mão o menino que geraste e criaste de forma tão terna. E às vezes fico perplexo sem saber se estou a corresponder ao que sonhaste, fico com medo de não suportar o peso do menino que entretanto cresceu.
Lembras as noites que deixaste de dormir para que no dia seguinte ele pudesse ver a luz do dia? Lembras as portas a que bateste para que não lhe faltasse o alimento? Lembras as críticas, as incompreensões e as perseguições que te fizeram passar por causa dele? Quando de tudo isso ouço falar, sinto-me privilegiado e ao mesmo tempo envergonhado. Por um lado, tenho hoje as portas abertas como nunca tiveste, não preciso de deixar as noites em claro para que o dia seguinte seja vivido de forma serena e tranquila, e as crÍticas e incompreensões passam por mim para caírem num nível superior. Seguro o menino que não é meu e por isso fico tranquilo. Mas fico também envergonhado porque apesar destas favoráveis condições não sou capaz de ajustar o meu passo com o teu; não sei levar por diante o sonho que foi teu com o mesmo entusiasmo que tu sempre tiveste.
Mas depois procuro ver mais longe e sinto-me tranquilo porque sei que o menino tem os traços do pai: repleto de um amor imenso pela Igreja que serve e pela causa do Evangelho que quer levar mais longe. Sei que acima do teu espírito empreendedor estava o teu espírito de crente e de sacerdote, sequioso de poder dar e dar-se pelo crescimento dos que mais precisavam. Sei que foi a tua sede de formar e gerar uma Igreja mais unida que te levou a abraçar tão pesado fardo. E partilho essas mesmas convicções.
Lá onde estás olha pelo menino que já é homem; segura-o pela mão, agora que entra no entardecer da vida, e indica-lhe o caminho que deve percorrer nesta hora tão diferente e tão cheia de oportunidades.
Conta connosco, pois nós contamos contigo.
Parabéns O Mensageiro
*Fundador de O Mensageiro
Etiquetas: editorial