Onde está o futuro da Europa?
A velha Europa, mãe e protagonista de tantas etapas percorridas e alcançadas, está agonizante e a definhar a passos largos. Não por via do incremento das instituições, não por via da população, e nem mesmo por via da crise económico-social. A Europa está a morrer porque os valores que lhe estão na base, e que são também o motor do desenvolvimento sustentado, estão a ser postos de parte, ignorados e deliberadamente negados. Não pelo facto de já não serem valores, mas pelo facto de as modas, as chamadas “modernices”, se apresentarem como corte em relação ao passado ou contra o antigo. Ser moderno não é propriamente inventar e arriscar novos caminhos; ser moderno, para os pretensos construtores da modernidade, é simplesmente estar contra o passado. Por isso os valores, que vêm desde as origens, são relegados para segundo plano, rejeitados e combatidos a todo o custo. A modernidade tem sido construída numa luta contra a base judaico-cristã da sociedade. E o resultado é que a Europa está a morrer.
O “não” da Irlanda ao Tratado Europeu, todo ele apresentado como impulsionador da modernidade, é um aviso de quem sabe que afinal de contas algo está mal e que uma sociedade sem valores humanos é uma sociedade sem vida. A economia é importante, o progresso económico é desejável. Mas nada vale se não tiver por base uma aposta nos valores humanos. O progresso económico é deficiente se não desembocar numa maior humanização e valorização do indivíduo. Enquanto for apenas um aumento da conta bancária, e enquanto o desenvolvimento se medir apenas pelo aumento dos euros, não haverá verdadeiro progresso. Os Irlandeses podem não ter total consciência disso, e o seu voto pode não ser uma expressão clara desta tomada de consciência, mas eles estão na verdade.
A Europa quis apagar a sua raiz cristã. Agora começa a pagar por isso. Independentemente de ser património da Igreja Católica, a raiz cristã é uma mais valia para a sociedade e esta só perde quando a esquece ou lhe quer passar ao lado. A doutrina social da Igreja pode não ser inspiradora das constituições europeias, mas isso não significa que não esteja correcta. Ela continua a ser válida pela sua verdade, pelo seu serviço ao homem e pela sua fundamentação teológica. E estes aspectos são os que estão a faltar e a pôr em causa a tentativa de modernidade da Europa. Os niilismos desembocam sempre em náuseas de quem se senta no jardim e se sente frustrado, desanimado e desiludido.
A velha Europa está a morrer, não por causa da idade e do desgaste provocado pelos anos, mas por causa da mania da modernidade sem Deus. E como a Europa, cada um de nós morre no dia em que esquece ou nega o seu passado, a sua identidade e a sua história.
Depois do referendo feito na Irlanda, O Mensageiro quer chamar a atenção e alertar para a profundidade deste “não”. Há ali mais que uma mania de um povo que, sendo maioritariamente a favor da EU, se manifesta contra as propostas que ela apresenta. Estejamos atentos.
[Edição de 19 de Junho]
O “não” da Irlanda ao Tratado Europeu, todo ele apresentado como impulsionador da modernidade, é um aviso de quem sabe que afinal de contas algo está mal e que uma sociedade sem valores humanos é uma sociedade sem vida. A economia é importante, o progresso económico é desejável. Mas nada vale se não tiver por base uma aposta nos valores humanos. O progresso económico é deficiente se não desembocar numa maior humanização e valorização do indivíduo. Enquanto for apenas um aumento da conta bancária, e enquanto o desenvolvimento se medir apenas pelo aumento dos euros, não haverá verdadeiro progresso. Os Irlandeses podem não ter total consciência disso, e o seu voto pode não ser uma expressão clara desta tomada de consciência, mas eles estão na verdade.
A Europa quis apagar a sua raiz cristã. Agora começa a pagar por isso. Independentemente de ser património da Igreja Católica, a raiz cristã é uma mais valia para a sociedade e esta só perde quando a esquece ou lhe quer passar ao lado. A doutrina social da Igreja pode não ser inspiradora das constituições europeias, mas isso não significa que não esteja correcta. Ela continua a ser válida pela sua verdade, pelo seu serviço ao homem e pela sua fundamentação teológica. E estes aspectos são os que estão a faltar e a pôr em causa a tentativa de modernidade da Europa. Os niilismos desembocam sempre em náuseas de quem se senta no jardim e se sente frustrado, desanimado e desiludido.
A velha Europa está a morrer, não por causa da idade e do desgaste provocado pelos anos, mas por causa da mania da modernidade sem Deus. E como a Europa, cada um de nós morre no dia em que esquece ou nega o seu passado, a sua identidade e a sua história.
Depois do referendo feito na Irlanda, O Mensageiro quer chamar a atenção e alertar para a profundidade deste “não”. Há ali mais que uma mania de um povo que, sendo maioritariamente a favor da EU, se manifesta contra as propostas que ela apresenta. Estejamos atentos.
[Edição de 19 de Junho]
Etiquetas: editorial