Fé e ambiente
Cada época da história tem as suas preocupações e cada preocupação vivida como prioridade fala da sua época e dos valores que se vivem. Desde a sociologia, à economia, passando pelo desporto e pela comunicação, muitos e variados têm sido os sectores que se têm apresentado como catalizadores dos esforços de cada época. Desde há alguns anos, as preocupações ambientalistas têm dominado muito do discurso dos políticos e ao mesmo tempo têm sido o motor e bitola para avaliar a sociedade. Ao visitar uma cidade ou um país, já todos nós vamos inclinados a ver como estão as ruas. E consoante a limpeza, ou a beleza, das ruas dizemos que os habitantes são ou não evoluídos. Ou seja, a avaliação não se faz tanto pelos aspectos económicos, sociais e políticos, mas faz-se, hoje, tendo em conta os aspectos ambientais.
Para chegar a esta fase foi, no entanto, necessário percorrer o caminho mais negativo. Ou seja, a consciência ecológica só se fez sentir, na maioria dos casos, porque começámos a sentir os seus efeitos negativos: doenças, aquecimento global, aumento da camada de ozono, desaparecimento dos glaciares. E esta não é a melhor forma para compreender a necessidade de cuidar do ambiente.
O homem não existe isolado; isolado dos outros, isolado de Deus e isolado da criação. Ele é parte integrante da natureza e só no contexto universal pode descobrir-se a si mesmo, só na integração global poderá compreender-se a si mesmo. As realidades que o constituem ganham sentido e compreensão nesse contexto. É na compreensão de si mesmo que deve encontrar motivo para as dimensões que o constituem: o desporto, o lazer, a espiritualidade, a política, são parte integrante da sua condição humana e não são apêndices, cuja importância esteja apenas na “ocupação dos tempos livres”. É-se mais homem quando se é desportista, religioso, ambientalista. Por isso o cuidado com o ambiente não é uma questão de “salvar o planeta”, nem é uma questão de remissão dos erros do passado. É antes uma questão essencial para viver hoje e para se compreender melhor a si mesmo no agora da história. O ambiente é parte integrante do homem.
A Igreja sempre compreendeu o ser humano integrando-o numa visão mais larga e abrangente, e por isso se tornou especialista em humanismo. Se as preocupações ambientalistas só agora chegaram à consciência da sociedade, é porque esta só agora abriu os olhos. E mesmo assim fá-lo por razões muito discutíveis, pois que, em muitos casos, se jogam problemas económicos e políticos, mais que razões humanitárias.
Só quem integra a dimensão religiosa e se descobre criatura de Deus, pode fazer dos problemas ambientais uma problemática integrante e fundamental. Por isso, mesmo que muitos não o queiram admitir, a verdade é que falar do ambiente é falar de Deus e da fé.
O dia do ambiente está aí, com muitas iniciativas e propostas, O Mensageiro quer recordar o facto e quer ao mesmo tempo dar-lhe um enquadramento mais vasto e mais fundamental. Para lá das iniciativas que aqui referimos, que cada um tome consciência de que a fé também se vive nestas preocupações e nestas questões. Um ambiente saudável é também reflexo de uma fé mais autêntica.
[Edição de 29 de Maio]
Para chegar a esta fase foi, no entanto, necessário percorrer o caminho mais negativo. Ou seja, a consciência ecológica só se fez sentir, na maioria dos casos, porque começámos a sentir os seus efeitos negativos: doenças, aquecimento global, aumento da camada de ozono, desaparecimento dos glaciares. E esta não é a melhor forma para compreender a necessidade de cuidar do ambiente.
O homem não existe isolado; isolado dos outros, isolado de Deus e isolado da criação. Ele é parte integrante da natureza e só no contexto universal pode descobrir-se a si mesmo, só na integração global poderá compreender-se a si mesmo. As realidades que o constituem ganham sentido e compreensão nesse contexto. É na compreensão de si mesmo que deve encontrar motivo para as dimensões que o constituem: o desporto, o lazer, a espiritualidade, a política, são parte integrante da sua condição humana e não são apêndices, cuja importância esteja apenas na “ocupação dos tempos livres”. É-se mais homem quando se é desportista, religioso, ambientalista. Por isso o cuidado com o ambiente não é uma questão de “salvar o planeta”, nem é uma questão de remissão dos erros do passado. É antes uma questão essencial para viver hoje e para se compreender melhor a si mesmo no agora da história. O ambiente é parte integrante do homem.
A Igreja sempre compreendeu o ser humano integrando-o numa visão mais larga e abrangente, e por isso se tornou especialista em humanismo. Se as preocupações ambientalistas só agora chegaram à consciência da sociedade, é porque esta só agora abriu os olhos. E mesmo assim fá-lo por razões muito discutíveis, pois que, em muitos casos, se jogam problemas económicos e políticos, mais que razões humanitárias.
Só quem integra a dimensão religiosa e se descobre criatura de Deus, pode fazer dos problemas ambientais uma problemática integrante e fundamental. Por isso, mesmo que muitos não o queiram admitir, a verdade é que falar do ambiente é falar de Deus e da fé.
O dia do ambiente está aí, com muitas iniciativas e propostas, O Mensageiro quer recordar o facto e quer ao mesmo tempo dar-lhe um enquadramento mais vasto e mais fundamental. Para lá das iniciativas que aqui referimos, que cada um tome consciência de que a fé também se vive nestas preocupações e nestas questões. Um ambiente saudável é também reflexo de uma fé mais autêntica.
[Edição de 29 de Maio]
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