Olhar positivo no negativo
Na semana passada centrámos a nossa atenção numa situação que está a preocupar os portugueses: o crescimento da pobreza. Fizemo-lo em virtude de na mesma altura ter sido constituída na Assembleia da República uma equipa para o estudo do problema, o que mais uma vez vem mostrar a importância do assunto. O tema toma contornos ainda mais assustadores quanto está na ordem do dia e se faz sentir de forma clara e real na vida do quotidiano. A recente decisão de aumento dos juros vem ainda agravar mais as situações e as preocupações. Portugal está no trilho da pobreza maior, embora muitos não queiram ainda admiti-lo e por isso não procurem soluções para o futuro que aí vem.
Recentemente um dos nossos jornalistas deslocou-se ao Brasil, em viagem de negócios. Encontrou aí soluções oficiais e estatais que procuram ir ao encontro do problema da pobreza, não apenas arranjando emprego para as populações, mas também resolvendo outro problema: a limpeza das ruas e a selecção dos resíduos. A capacidade de resolução destas situações impressionou de tal forma o nosso colega de trabalho que, de imediato, pensou fazer reportagem para levar mais longe uma solução que, quem sabe, amanhã poderá ser de muita utilidade para nós. É dessa reportagem que fazemos destaque nesta edição. Voltamos assim ao tema da pobreza, não já para atemorizar os leitores e pedir-lhes para apertarem ainda mais o cinto, numa perspectiva negativa que o assunto imediatamente evoca. Mas voltamos ao assunto procurando dar uma perspectiva positiva, na medida em que é possível tratar este assunto. Afinal, nem tudo o que aparentemente é mau deve ser visto apenas como negativo. Aliás a capacidade de transformar o mau em bom é próprio da fé e de algum modo resume o essencial do cristianismo, centrado na fé na ressurreição. A morte, símbolo de derrota e fracasso é porta de entrada para uma vida nova e torna-se assim nascente de esperança. A sociedade actual não quer admitir o fracasso, a derrota e a parte negra da vida. Para além de tabú, muitas destas situações são ignoradas. Relega-se para o esquecimento tudo o que é sinal de fraqueza e que seja o reflexo da nossa condição efémera e pecadora. Só admitindo que somos pequenos e fracos, encontraremos meios para ser grandes e fortes.
Ao reportar aqui este lado negro da vida humana e ao trazer a estas páginas imagens de pobreza e miséria, queremos sobretudo dizer que é possível transformar esta inevitabilidade em trampolim para a solidariedade e para a demonstração do potencial humano. Um olhar positivo sobre o negativo da existência, para alimentar a esperança e incutir coragem.
[Edição de 24 de Abril]
Recentemente um dos nossos jornalistas deslocou-se ao Brasil, em viagem de negócios. Encontrou aí soluções oficiais e estatais que procuram ir ao encontro do problema da pobreza, não apenas arranjando emprego para as populações, mas também resolvendo outro problema: a limpeza das ruas e a selecção dos resíduos. A capacidade de resolução destas situações impressionou de tal forma o nosso colega de trabalho que, de imediato, pensou fazer reportagem para levar mais longe uma solução que, quem sabe, amanhã poderá ser de muita utilidade para nós. É dessa reportagem que fazemos destaque nesta edição. Voltamos assim ao tema da pobreza, não já para atemorizar os leitores e pedir-lhes para apertarem ainda mais o cinto, numa perspectiva negativa que o assunto imediatamente evoca. Mas voltamos ao assunto procurando dar uma perspectiva positiva, na medida em que é possível tratar este assunto. Afinal, nem tudo o que aparentemente é mau deve ser visto apenas como negativo. Aliás a capacidade de transformar o mau em bom é próprio da fé e de algum modo resume o essencial do cristianismo, centrado na fé na ressurreição. A morte, símbolo de derrota e fracasso é porta de entrada para uma vida nova e torna-se assim nascente de esperança. A sociedade actual não quer admitir o fracasso, a derrota e a parte negra da vida. Para além de tabú, muitas destas situações são ignoradas. Relega-se para o esquecimento tudo o que é sinal de fraqueza e que seja o reflexo da nossa condição efémera e pecadora. Só admitindo que somos pequenos e fracos, encontraremos meios para ser grandes e fortes.
Ao reportar aqui este lado negro da vida humana e ao trazer a estas páginas imagens de pobreza e miséria, queremos sobretudo dizer que é possível transformar esta inevitabilidade em trampolim para a solidariedade e para a demonstração do potencial humano. Um olhar positivo sobre o negativo da existência, para alimentar a esperança e incutir coragem.
[Edição de 24 de Abril]
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