<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d38508230\x26blogName\x3d%5BO+MENSAGEIRO+-+94+anos+de+(in)forma%C3%A7%C3%A3o%5D\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://jornal-omensageiro.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://jornal-omensageiro.blogspot.com/\x26vt\x3d5933915497964860652', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe", messageHandlersFilter: gapi.iframes.CROSS_ORIGIN_IFRAMES_FILTER, messageHandlers: { 'blogger-ping': function() {} } }); } }); </script>
 

Pobreza escondida

A ideia é tão antiga quanto o são os grupos humanos. Viver em sociedade é gerar conflitos inevitáveis, mas superáveis. Os conflitos nascem por variadas razões, sendo umas naturais e outras artificiais. A história humana está repleta de momentos e acontecimentos dramáticos cuja origem se deveu a situações de desigualdade não ultrapassada. Uma desigualdade gerada a maioria das vezes pela diferença na posse de bens. Ricos e pobres sempre existiram nas sociedades e sempre polarizaram intrigas e escaramuças, mais ou menos arrojadas.

A realidade social dos tempos modernos, sobretudo depois da industrialização, ficou marcada pelo aumento do fosso entre estes dois agentes sociais. Por um lado, os ricos que, sempre descontentes com a sua riqueza, se acham no direito de possuir mais, como se a sua situação fosse mesmo desejada e aprovada pela divindade. Por outro lado, os pobres, que sempre se sentiram mais amados e chamados a subirem na escala social. Assim se geraram e continuam a gerar conflitos por causa do vil dinheiro. No meio de toda esta teia de conflitos, que alguns acham naturais, cresce a ideia de que é possível criar uma sociedade mais humana e mais harmoniosa, em que ricos e pobres deixarão de se gladiar, porque deixarão de existir. Será um tempo de paz e de justiça social sem distinções nem discriminações. Um sonho ou uma utopia a que alguns pensadores deram nome e arquitectaram já as formas e os meios para lá chegar. Nasceram assim muitas ideias e sistemas políticos, ainda hoje presentes nas nossas vidas.

A realidade, porém, é sempre diferente dos ideias. Ela põe-nos em contacto com a verdade nua e crua. E se olharmos para o nosso país, para os números dos últimos estudos e análises, ele não é nada animadora. A pobreza em Portugal está a aumentar e está mesmo a atingir contornos de miséria. É que não há pior pobreza que aquela que não se quer admitir e que se procura a todo o custo esconder ou desmentir. E é isso que actualmente se passa entre nós. Os governantes falam todos os dias de recuperação económica, de índices positivos e valores animadores para a economia. Todos os dias, há uma boa e alegre noticia para fazer circular nos meios de comunicação social. E eles circulam. Como circula também a certeza de que o bolso das famílias e dos indivíduos está cada vez mais vazio, mais enegrecido e desgastado pela contínua movimentação de mãos calejadas que o vão despejando. Mas mesmo sabendo que assim é, nem todos o admitem e escondem por trás de um empréstimo bancário ou outra forma de alucinação, a verdade que corrói, dia a dia, as mentes. E por isso aumentam as formas de fuga à realidade. Muito ao gosto dos portugueses, comparamos a nossa realidade com a dos países vizinhos e temos que admitir: somos os últimos, somos mesmo os que estão na cauda, com índices de pobreza que rondam a miséria e a ruína. Cruzam-se connosco pelas ruas da cidade, todos os dias, centenas de vidas destroçadas por um pais que está na ruína, mas não o quer admitir.

Na passada semana, o governo, subitamente acordou: precisamos estar atentos. Criou-se uma equipa de estudo, reflectiu-se e lançou-se o alerta… o deficit desceu meio ponto percentual em relação ao previsto. É preciso apertar (mais o cinto). Iremos a tempo de evitar uma desgraça? Só o tempo o dirá. Entretanto fiquemos alerta e, de todas as formas e feitios, preparemo-nos para o pior. E que fique uma certeza: não se trata de uma inevitabilidade; trata-se de uma situação que criámos e podemos vencer.

[Edição de 17 de Abril]

Etiquetas: