Thomas More, para os políticos
No próximo dia 22 de Junho a Igreja lembra e evoca a memória de Thomas More, estadista inglês que se distinguiu pela vivência e defesa dos valores cristãos. Uma evocação que parece passar despercebida para a maioria dos estadistas da actualidade, pese embora a evocação do papa João Paulo II o tenha declarado “patrono celeste dos Estadistas e Políticos” no ano 2000. Por essa razão o queremos recordar nesta edição de O Mensageiro.
Num tempo em que a politica está tão desacreditada, sobretudo, entre os mais novos, e em que os políticos são olhados de forma geral como corrupto e interesseiros, importa destacar a figura de um homem que soube estar na política como na vida como verdadeiro homem, verdadeiro cidadão e verdadeiro cristão. A política não é propriamente um apêndice da nossa condição humana; ela não é um passatempo e uma forma de ocupar algumas pessoas. Ela faz parte da essência humana; a antropologia cristã define o homem como essencialmente político. Ou seja, o ser humano está intrinsecamente envolvido na sociedade; e a causa publica (a rés publica) é essencial para o desenvolvimento harmonioso do indivíduo. A política nasce de forma natural desta consciência solidária e social. A verdade porém é que muitas vezes há quem se aproveite daquilo que é natural para o desvirtuar e usar em proveito próprio. E também a política entra na miscelânea de factos que sendo humanizantes correm o risco de se tornarem desumanizantes. Política, desporto, religião, cultura. Há sempre quem se aproveite da sinceridade dos que são simples e puros nas suas intenções. No entanto, e apesar dessas situações, a verdade é que em si mesma a politica (como o desporto e a cultura e a religião) é humanizadora e humanizante.
Tomas More, criou uma Utopia (nome de uma ilha imaginária) onde os seres humanos viviam de forma radical e exemplar a consciência da igualdade e do comunismo, entendido aqui como forma de vida em que o público (o que é comum) toma a dianteira sobre o privado, o individual e o singular. Uma Utopia que certamente nunca será mais que isso mesmo, um sonho e um desejo. Mas o impressionante em Thomas More, é que não apenas sonhou e imaginou tal situação, como se empenhou em vivê-lo na sua vida concreta. O seu martírio é o resultado dessa aposta e dessa forma de estar na vida. Mas enquanto tantos outros escaparam ao suplício e cresceram, a história faz justiça e acaba por recordar não tanto os que obtiveram sucesso e prestigio humano, quanto os que foram rectos, justos e coerentes.
Aos políticos do nosso tempo recomendamos a leitura dos escritos de Thomas More, a todos recomendamos a leitura da sua biografia, encontraremos uma história de vida que dignifica a nossa condição e certamente encontraremos novo fulgor para continuar a lutar.
[Edição Nº 4661, 21 de Junho de 2007]
Num tempo em que a politica está tão desacreditada, sobretudo, entre os mais novos, e em que os políticos são olhados de forma geral como corrupto e interesseiros, importa destacar a figura de um homem que soube estar na política como na vida como verdadeiro homem, verdadeiro cidadão e verdadeiro cristão. A política não é propriamente um apêndice da nossa condição humana; ela não é um passatempo e uma forma de ocupar algumas pessoas. Ela faz parte da essência humana; a antropologia cristã define o homem como essencialmente político. Ou seja, o ser humano está intrinsecamente envolvido na sociedade; e a causa publica (a rés publica) é essencial para o desenvolvimento harmonioso do indivíduo. A política nasce de forma natural desta consciência solidária e social. A verdade porém é que muitas vezes há quem se aproveite daquilo que é natural para o desvirtuar e usar em proveito próprio. E também a política entra na miscelânea de factos que sendo humanizantes correm o risco de se tornarem desumanizantes. Política, desporto, religião, cultura. Há sempre quem se aproveite da sinceridade dos que são simples e puros nas suas intenções. No entanto, e apesar dessas situações, a verdade é que em si mesma a politica (como o desporto e a cultura e a religião) é humanizadora e humanizante.
Tomas More, criou uma Utopia (nome de uma ilha imaginária) onde os seres humanos viviam de forma radical e exemplar a consciência da igualdade e do comunismo, entendido aqui como forma de vida em que o público (o que é comum) toma a dianteira sobre o privado, o individual e o singular. Uma Utopia que certamente nunca será mais que isso mesmo, um sonho e um desejo. Mas o impressionante em Thomas More, é que não apenas sonhou e imaginou tal situação, como se empenhou em vivê-lo na sua vida concreta. O seu martírio é o resultado dessa aposta e dessa forma de estar na vida. Mas enquanto tantos outros escaparam ao suplício e cresceram, a história faz justiça e acaba por recordar não tanto os que obtiveram sucesso e prestigio humano, quanto os que foram rectos, justos e coerentes.
Aos políticos do nosso tempo recomendamos a leitura dos escritos de Thomas More, a todos recomendamos a leitura da sua biografia, encontraremos uma história de vida que dignifica a nossa condição e certamente encontraremos novo fulgor para continuar a lutar.
[Edição Nº 4661, 21 de Junho de 2007]
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