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Jovens para o amor

Este domingo a liturgia católica assinala o Domingo de Ramos da Paixão do Senhor. Desde há já 22 anos, é também comemorado neste dia o Dia Mundial da Juventude. Uma ocasião para “espreitar” o mundo dos jovens, as suas aspirações, os seus medos e as suas verdades, para além de rezar com e por eles.

O Papa Bento XVI escolheu como tema para este ano “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, tema que se insere na linha de todo o seu pontificado, que se vai traduzindo num forte apelo à caridade como fulcro da fé e da mensagem cristã. Mas também um tema que vai ao encontro da juventude naquilo que ela pode executar mais e melhor que ninguém. Efectivamente o amor, nas suas várias formas, marca de forma singular os anos da juventude. Ser jovem é afinal estar embebido de forte vontade para amar. A abertura ao outro é nesta fase da vida tão generosa e espontânea que o jovem deambula por toda a parte em inúmeras experiências que o levem a por em acto o que vive em sentimento. Amor que se traduz num namoro e numa opção de vida a dois; amor que se traduz também em inúmeras formas de voluntariado e serviço aos mais necessitados.

Os tempos são hoje bem diferentes do que eram na década de sessenta, quando eles, os jovens, encetaram uma revolução que não mais deixaria o mundo igual; uma revolução que superou as expectativas dos seus protagonistas e que afinal significou uma autêntica viragem na história humana. Os jovens que encabeçaram o Maio de 68, estavam longe de imaginar que o seu movimento e as suas palavras de ordem, iriam marcar o percurso da história da forma como marcaram. O movimento estudantil depressa se tornou num movimento político e ainda hoje está em expansão, transformando-se num verdadeiro movimento humanitário. Este movimento gerou também uma forma diferente de olhar para os jovens. Hoje vemo-los de soslaio, com algum receio do que serão capazes de fazer ou não para o futuro da humanidade. Cresceu e desenvolveu-se uma geral desconfiança sobre as suas reais capacidades e pretensões. Há quem não acredite neles e no futuro que traçam; mas há também quem aposte neles e viva apaixonadamente a sua causa .

A Igreja sempre teve em alta estima este sector da população e sempre teve para com os jovens uma pastoral de proposta audaz e séria. Nunca deixou de se lhes dirigir e de ter para com eles uma predilecção e uma atenção especial. Muitas vezes contra “a onda” do momento; outras vezes com rasgos de confiança mais genuínos e autênticos. Porque a preocupação não foi e não é a utilidade dos jovens, mas sim o seu desenvolvimento e a sua formação. Nunca como objecto de pastoral, mas como protagonistas de uma nova pastoral.

O caminho está ainda a fazer-se, nunca será dado por terminado. Por isso, as propostas estão na mesa, os desafios estão lançados, e a vontade de caminhar com eles marca o ritmo da acção. Queira Deus que a mensagem se espalhe ao vento e que alguém a agarre com entusiasmo.

Nesta edição, fomos ouvir os jovens, fomos também investigar as propostas que lhes são dirigidas. Trouxemos uma pequena amostra do que se vai fazendo e em jeito de desafio aqui as deixamos para que possam ser conhecidas e quem sabe até “agarradas” por quem verdadeiramente as quer tomar.

[Edição Nº 4649, 29 de Março de 2007]

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